segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Será o que tiver de ser



Há um momento que decido fechar-me e esquecer. O interruptor está ali mesmo e poderei ligá-lo a qualquer momento. Para já, não me apetece.
Não deixei de ter emoções nem passei a ser um humano frio. Só desliguei daquelas emoções em particular, com aquele ser humano em particular.
Hoje, questionei-me: serias capaz de viver com aquela pessoa? Consegues imaginar-te a acordar todos os dias a ver aquele rosto? Terá ele capacidade de te ver tal como és?
Perguntas básicas mas que respondem grandes questões. Uma espécie de separação de o trigo do joio.
Sim, conseguiria viver com aquela pessoa, também conseguiria acordar e deitar com aquele sorriso todos os dias. Mesmo quando não houvesse sorriso.
Até aqui não reside problema.
Não, ele não tem capacidade de me ver como sou.
Não tem agora, não terá mais tarde.
Apesar de escrever e apreciar sobremaneira as palavras, tenho vindo a perceber que as constatações acontecem quando nos deparamos com as acções. E as acções, desde o início mostraram sempre a mesma realidade.
E pela primeira vez, eu mostrei o meu eu, fui mostrando devagarinho e dei de bandeja a verdadeira Alexandra, a alma alojada nesta Alexandra.
E para partilhar tempo com esta alma é preciso vê-la, aceitá-la e acima de tudo respeitá-la.
Quando não a vês, também não consegues respeitar.
E se não tens capacidade para isso, é porque os nossos trajectos são opostos.
Dissipam-se as dúvidas.
A amizade poderá viver, como poderá não viver.
Será o que tiver de ser.

© Alexandra Carvalho

sábado, 24 de novembro de 2018

Deixa estar

Deixa estar,
Este não tem de ser o tempo.
E que é o tempo?
Pedaços de dias, pedaços de horas.
Tempo, partilha. Memórias.
Deixa estar,
Não precisas estar pronto.
E que é estar pronto?
Sentir. Desejar. Sorrir. Querer.
Deixa estar,
Nada que não seja para ser, é.
Deixa estar,
Resta o que tiver de restar.
Deixa estar....

© Alexandra Carvalho

terça-feira, 23 de outubro de 2018



Acredito que estamos aqui, neste plano que é tão denso para evoluirmos como seres humanos, mas essencialmente para conseguirmos ir mais além como almas.
Viver, não é fácil. Há experiências que nos levam para lugares que podem ser muito sombrios. Há pessoas que se encontram connosco, que na medida do impossível conseguem transportar a nossa essência para uma escuridão que não é nossa.
Mas, porque acredito que estamos cá para evoluir, sei que nada é por acaso.
Nem essas experiências, nem essas pessoas.
Naquele preciso momento, elas estão ali para nos confrontarmos com dores que são eternas e que vida após vida, teimamos em não querer deixá-las.
Sem vivenciar essas dores, esses sentimentos tão dilacerantes, sem quebrarmos os padrões que nos levam a elas, nós continuaremos a andar em círculos que se tornam incomportáveis de viver.
É preciso chorar, e repensar o que queremos para nós.
Se um ciclo giratório, que não nos desprende das mesmas eternas realidades. Se a alegria, se a mudança.
Viver, mesmo quando percebemos isto, ainda assim, é difícil.
Existe um ego que nos puxa para uma racionalidade desmedida. Logo ao lado, está uma essência que nos arrebata e tenta mostrar o que a intuição nos quer dizer.
Às vezes, as pessoas que nos mais magoam, são aquelas que mais nos dão. São as almas companheiras que aceitam ser o canal que transporta a dor, a tarefa complexa, que no final de contas, abre o caminho para a nossa evolução, para a alegria que estamos destinados a viver.
Tão companheiras que são, que não estão aqui para ficar connosco. Não é essa a missão primária com que vieram.
No decorrer dos anos, se estivermos abertos ao conhecimento, à sabedoria que tudo na vida, nos faculta. Conseguiremos dizer, que a pequenos passos começamos a valorizar o mais importante.
A Serenidade. A Paz. A Verdade. O Amor.
O Eu Superior, o nosso, o mais puro e mais real.

© Alexandra carvalho

domingo, 7 de outubro de 2018

O exemplo de uma declaração


Lá atrás, não tem assim muito tempo disse-te que não ia remar sozinha, porque a maré era difícil de contornar.
Não sei bem porquê, mas não consegui desligar-me, pelo contrário. Quando dei conta, estremecia ao te ver, ou simplesmente ao ver o teu carro passar por perto.
Apeteceu-me várias vezes dizer que estava a começar a gostar de ti. Mas este é um gostar novo na minha realidade.
Eu sempre fui intensa, de grandes paixões, com pressa. E contigo, fui ficando, fui esperando, tive medo, acho eu.
Em alguns momentos a dois, apeteceu-me dizer, vem cá e dar-te aquele beijo que tenho aqui contido desde algum tempo. Mas mesmo apetecendo, não fui capaz.
Tive medo que logo ali, tu me rejeitasses, e eu nunca fui rejeitada, não sei como lidaria com essa situação.
Depois tive outro medo, que a nossa amizade/ligação se perdesse por essa atitude minha.
Não nos vemos sempre, a vida não permite, a nossa vida, não só a tua, nem só a minha. Mas acredito que este carinho, atenção ou seja lá que sentimento é, existe entre nós.
Agora, estou com outro medo, o da vergonha. De olhar para ti, depois de leres este texto. Tenho medo também que venhas ter comigo para dizer que não sentes este “gostar” igual ao meu.
Não me cai o chão se ouvir essas palavras, estou numa fase em que me amo o suficiente para viver bem sozinha e há muito tempo aprendi que o amor não completa, o amor, se for como deveria ser, acrescenta.
Completar e acrescentar são coisas diferentes.
Sei que de longe notaste a minha sensibilidade, e então sim, as palavras, as atitudes que os outros têm para comigo fazem alguma mossa, mas já não me deitam abaixo.
Da forma mais serena possível, consigo dizer-te, gosto de ti. Esperando o tempo que for preciso para que estejas pronto para nós.
De forma, também serena, digo que estou pronta para seguir se os nossos caminhos não se cruzarem, como eu sinto que podem cruzar-se.
Agora, o remo está do teu lado e seguirei consoante a tua direcção.

© Alexandra Carvalho
26/09/2018 - São Vicente

sábado, 29 de setembro de 2018

Sobre a perda e o perdão


Porque os acontecimentos chamam-nos à atenção, mesmo quando não acontecem connosco, mas com pessoas próximas a nós.
A vida é fugaz, e nós sabemos disso. Ainda assim, vivemos os dias como se fôssemos viver sempre o amanhã.
Mas pasmem-se. Não vivemos sempre o amanhã.
Porque nem só a doença é responsável por desprender-nos deste plano terrestre. Andamos aqui todos os dias à mercê de qualquer fatalidade. Um acidente estúpido, uma queda, uma dor repentina, e pronto, vamos embora.
Recentemente, porque alguém próximo a mim viveu uma perda assim. Fez-me pensar ainda mais sobre os dias que passo aqui por baixo, nesta terra que tantas vezes não é correcta nem justa.
Fez-me olhar para mim, para a minha realidade, a minha verdade.
Pedi perdão a toda a gente? Toda a gente me pediu perdão? Perdoei-me a mim?
Disse a todos de quem gostava da imensa importância que têm na minha vida?
Disse a quem amava, que realmente amava?
Pois é. Nem sempre.
Calamos as palavras e calamos os sentimentos também. Porque acreditamos que há sempre um amanhã, e que em algum momento vamos ser capazes ou porque o tempo irá encarregar-se desses sentimentos/palavras.
Devido a este acontecimento, despoletou-me a necessidade de dizer mais o que sentia, com todas as consequências que podem advir daí.
Mas, sabem, dizer a verdade é sempre o melhor caminho. O que é para nós, vai ser sempre para nós. O que não é, não vai ser. Por mais que queiramos que seja.
O que realmente é importante é não guardar sentimentos que nos aprisionam, mesmo quando não percebemos que é isso que nos fazem.
Doendo ou não, ferindo o orgulho ou não, é preciso pedir perdão quando for altura.
É preciso dizer que gostamos dos outros, quando assim é.
É preciso dizer que amamos, quando realmente amamos.
Porque na hora da partida, o coração estará mais leve, o nosso e de quem vai.

© Alexandra Carvalho

domingo, 23 de setembro de 2018

Esta Alexandra que agora existe



Quando olho lá para trás, para os meus escritos íntimos, mais ou menos poéticos. Fico em dúvida, de que esta Alexandra seja a mesma que escreveu todas aquelas palavras carregadas de drama e pouca luz.
As minhas duas décadas de vida foram controversas, e nesta alma que aparentou sempre uma calma e passividade externas, existiu sempre um espírito insatisfeito.
Deste espírito controverso, surgiram poemas interessantes, imersos numa obscuridade que nem toda a gente conseguia perceber.
As palavras nunca são apenas palavras. São emoções.
Na minha terceira década de vida, comecei a encontrar-me. A compreender o efeito que as experiências, todas, têm na nossa vida. A compreender, a aceitar, a aprender e a deixá-las para trás. 
E como resultado, renasceu a Alexandra. Que não só aparenta calma e serenidade. Mas que efectivamente, é calma e serenidade. 
Talvez, não volto a escrever aqueles poemas que de tão dolorosos, eram sublimes e intensos. 
Mas esta é uma escolha. 
Escolhi a serenidade, escolhi o amor. 
Mas o caminho não termina apenas por uma decisão, ou uma escolha. 
E pelos dias fora, serei sempre confrontada com a dualidade da vida. 
O caminho, é isso mesmo. Caminho... 
Não se encerra... A evolução não morre nunca.

© Alexandra Carvalho

O Arraial da minha terra




Sim, o Arraial do Bom Jesus irá sempre remeter-me para lembranças antigas. 
Dos tempos em que acordava eufórica para ver se já havia mais barracas pelas ruas circundantes à minha casa.
O cheirinho a louro das traves colocadas simetricamente. As flores, que ajudávamos a pôr. O interesse era vê-las lá a embelezar o nosso sítio. E ajudávamos como sabíamos. Éramos crianças, adolescentes. 
Mas o Arraial não era apenas isso. Era reencontro. Era família.
A família emigrada chegava sempre dias antes. A avó Piedade ainda estava por cá. O Sr. José também e havia ali, em todos, uma energia diferente do resto do ano. Falavam sobre os bolos a fazer, o pão a amassar. Quem vinha para almoçar connosco, se as tias do Funchal também vinham, o meu avô Ricardo. Era uma azáfama que me agradava. 
Subia ao balcão da casa da minha avó, e olhava. Ficava parada tempos, perdia-me ali. Não sei bem o que via. Apenas olhava para tudo.
Hoje, quando penso no Arraial, o sentimento também é de saudade. Inquestionavelmente penso sempre, passe o tempo que passar na minha avó Alaíde. No calor que eu sentia que vinha dela, percebo agora, que esse calor ou conforto era amor.
Não sei passar o Arraial sem ir a uma barraquinha e comprar os doces de leite, não pelos doces. Mas por ela. Não para a prender a este plano, apenas para reafirmar que as almas que se amam, amam para sempre. 
E aquela criança que perdeu a avó cedo, relembra os doces que ela fazia questão em trazer. É quase um sinónimo de amor.
A família tornou-se pequena. Com o tempo, fomos diminuindo no número, mas não no Amor. 
Este Arraial do Bom Jesus, para mim, para além dos romeiros que atrai, para além de toda uma dinâmica que muda na minha freguesia, para além da fé ou da Religião. Este Arraial relembra que estamos juntos, e que enquanto houver amor, haverá tudo o resto.

© Alexandra Carvalho

segunda-feira, 27 de agosto de 2018




Não tenho a certeza se é cedo.
Sei apenas, que devagar,
Vou querendo ver o teu sorriso.
Mas que arredio que tu és!
Do inesperado, surges, resplandeces.
Mas depois, a concha que te prende ao passado suga-te novamente.
Estás no meio,
Entre uma vida que não queres repetir
E um futuro que tens medo de não ser como mereces.
Mas se mereces, é esse o futuro que irás ter.
Eu talvez seja o futuro que mereces.
Tu talvez sejas o futuro que eu mereço.
Talvez…

© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 11 de julho de 2018

É para este amor que estou preparada para viver




A vida no decorrer dos anos foi-me trazendo pessoas. Algumas romanticamente especiais, outras, cujo propósito era a minha evolução, à época, terão sido tudo menos especiais.
Deixei que o meu coração ficasse amargo, permiti não perceber o que aquelas pessoas traziam para o meu caminho.
E por isso, falhei, sucessivamente.
O meu desejo era de um amor pleno, apenas. Tão somente isso.
Na minha feroz ansiedade à procura desse tal amor pleno, fui bloqueando até o que eu merecia. Até aquilo que efectivamente, era suposto eu viver.
E fechei-me ao amor, inevitavelmente fechei o canal que atraía esse sentimento e todas as pessoas que poderiam despoletar essa vivência.
Nesta fase em que me encontro, de reflexão, de reconhecimento, de perdão, de aceitação do passado, já consigo dizer sem medo, sim, não sei se é um amor pleno que eu quero.
Mas quero a companhia que não foge quando os dias são sombrios, o olhar que cruza com o meu e fica em silêncio porque sabe que é no silêncio que eu preciso estar. O sorriso que se abre porque me conhece de todas as formas e feitios, a totalidade da minha essência. A mão que se entrelaça na minha reafirmando que o caminho será a dois, mas que eu estarei sempre no meu, o individual. O ser humano que rejubila com as minhas conquistas. A Alma que não esquece de acariciar a minha, quando porventura, perceber que estou a me perder.
Não sei se é este o amor pleno. Mas é com certeza, para este amor, que finalmente, estou preparada para viver.


© Alexandra Carvalho

domingo, 1 de julho de 2018

Perdão é cura




Estes dias, num texto que escrevi e publiquei, assumi o meu pedido de perdão a uma das pessoas mais especiais que passou na minha vida e que já faleceu, o Mário.
Ando num momento de mudança, de libertação.
A minha terapeuta espiritual confirmou que eu tinha coisas mal resolvidas contigo, eu sabia que tinha, mas ao mesmo tempo pensava que não, ou melhor, eu queria não ter, porque é mais fácil quando não assumimos as coisas. Reconheço que também a ti devo um pedido de perdão, penso que não teremos uma outra oportunidade pessoalmente, porque o teu momento de mudança interior não permite que estejas comigo. Por isso, peço perdão pelas atitudes, todas, que tive contigo. Pelas mudanças de humor, pelas cobranças que sempre fiz. Mas acima de tudo, eu peço perdão pela vergonha que tive sempre, em dizer em voz alta, que gostava de ti. Na minha pequenez de espírito, sempre te adorei, a dois, entre quatro paredes, mas ainda não tinha grandeza suficiente para assumir que gostava de alguém com tão poucas habilitações e que ainda por cima dá erros ao escrever. E por isso, sim, tinhas razão, quando disseste que parecia que eu tinha vergonha de ti. Eu neguei, é verdade, mas porque não era capaz de admitir, porque tinha vergonha de mim por pensar assim.
Nós somos todos iguais, e eu estou sempre a defender isso em todo o lado, mas quando tocou em mim, eu tive vergonha. E escondia ao máximo, o meu encantamento por ti.
Grande lição que eu tinha aqui para aprender, contigo. Demorei, mas já aprendi.
O que interessa não é o curso superior, não é o dinheiro, nem tão pouco é a imagem. O que interessa são os sentimentos puros e o amor verdadeiro.
Quando pedi perdão ao Mário, lá nos céus onde ele está, chorei tanto. Contigo não estou a chorar, talvez porque ainda cá estás, aqui em baixo e poderás me perdoar por tudo, e porque eu também me poderei perdoar e ter tanta vida pela frente, para fazer o certo.
O perdão é cura, e eu, estou a curar-me agora de muitos anos de dor, de lágrimas, de vazio.
Obrigada (a tua alma também não passou por mim em vão).

© Alexandra carvalho

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Almas boas não precisam de cá andar muito tempo




Hoje apetece-me falar sobre uma das pessoas mais especiais que cruzou a minha trajectória de vida.
Numa fase de transição conheci o Mário, nome fictício que deliberadamente escolhi para falar sobre esta alma.
Numa época, em que ainda utilizávamos o Messenger do Hotmail conheci-o. Já não sei bem como.
Encontrava-me à data em estágio curricular, na cidade de Setúbal. E tinha espalhados em cada canto do País, os meus amigos de curso, as pessoas que dia a dia tinham partilhado tudo comigo, nesses últimos anos.
Ali, em Setúbal, senti-me só. Inúmeras vezes.
O Mário, com toda a dedicação e serenidade, ia-me confortando à distância. Na ilha, que mais dia menos dia, eu também iria estar.
Como alma companheira, dizia todas as palavras que sabia de antemão que eu precisava ouvir ou ler. E na sua generosidade escrevia-me cartas (ainda as guardo), que me completavam sobremaneira.
Já havia ali um amor puro, que transcendia qualquer ligação carnal ou sexual. É óbvio que a ansiedade em relação a esse encontro de almas crescia, mas em nenhum momento permitimos que tirasse o meu foco, e esse, era a plena dedicação ao estágio, a última etapa do curso, o objectivo primário.
Lembro-me (e aqui com um sorriso no rosto) que quando fiz a viagem para a Madeira após a conclusão do estágio, ele quis lá estar, no aeroporto, fazia questão de ser ele a dar o primeiro sorriso depois de toda a solidão em terras do Sado.
De tão puro e genuíno que tudo aquilo entre nós era, eu não soube lidar.
 E trouxe para o meio, anos de vazio e mágoas que tinha como bagagem.
E perdi-o. Por mim.
Apesar disso, em ocasiões menos boas voltamos a ser parceiros amigos, intimamente queríamos o melhor um para o outro.
A vida correu e o silêncio acabou por se impor entre nós.
Partiu, cedo, um acidente estúpido.
Almas boas não precisam de cá andar muito tempo.
Chorei, ou não sei se chorei, mas interiormente senti a perda.
Ocasionalmente, pensava nele, com um carinho que me saltava do coração.
Dei conta agora, que não lhe pedi perdão. Na minha pouca maturidade emocional não fui capaz de lhe pedir perdão.
Dei conta agora também, que logo de início ele já me havia perdoado. Mas eu não, a mim própria.
Terá chegado esse momento, em que me perdoo por ter seguido o padrão antigo, por não o ter quebrado quando precisava de o fazer.
Mário, cheguei lá, e tu aí, em casa, nos céus, tenho a certeza que te rejubilas de alegria com a minha tomada de consciência.
A tua alma não passou por mim por acaso.

Obrigada. 

© Alexandra carvalho

sexta-feira, 22 de junho de 2018


Se estás inseguro, fala, exterioriza.
Se tens medo, não fujas, fala, enfrenta.
Se gostas, diz que gostas.
Se não gostas, diz também que não gostas.
Sufocar estados de alma, não os sufoca apenas. Sufoca-te a ti.
Quando te libertas, tu visualizas, enfrentas e perdes o medo.
E sem medo, só sem medo, é que conseguimos ser felizes.

© Alexandra Carvalho

domingo, 17 de junho de 2018

O Universo e os seus sinais


Hoje andei a pensar sobre os sinais que o Universo nos manda.
Quando a vida parece que não quer fluir, e pensamos que está na altura de deixar para trás, pessoas, lugares, e até sentimentos. Nesse preciso momento em que pensamos nisso, o Universo arranja forma de nos mostrar que ainda não é a hora, ou já é, dependendo do que nos confrontarmos.
Andamos com alguém na nossa mente e no nosso coração, mas não flui, não avança. Pensamos, é hora, é hora de desistir, lá vem o Universo e coloca-nos aquela pessoa à frente, ou com um sorriso que nunca mais acaba ou acompanhada por outra pessoa.
São sinais. O universo está a dizer-nos que sim, é hora de seguir caminho, ou então, se for esse sorriso infindável, espera mais um pouco. Que tudo acontecerá no tempo certo.
Estamos insatisfeitos, porque a vida profissional parece estagnada, e já equacionamos ir embora, deixar o País, quem sabe. Vem o Universo, e coloca-nos alguém a fazer uma proposta aliciante de trabalho, mais uma vez, recebemos um sinal.
Penso que o que falta, é percebermos que estamos sempre, em todos os momentos a receber sinais para que a nossa vida corra na velocidade que tem de correr, vivendo o que temos de viver.
É preciso deixar de seguir o ego, e ouvir a intuição, aquele primeiro impulso que grita que é tão emocional, tão nosso e tão puro.

© Alexandra Carvalho

sábado, 9 de junho de 2018

De repente, foi como se me sentisse vazia.
Procurei cá dentro, pelas memórias vividas lá atrás. 
Não consegui encontrá-las. 
Vejo-as distantes, dispersas deste eu que agora existe. 
Este vazio preenche todo o meu ser actual, 
Percebo a emergência de viver novas emoções, 
Criar novas memórias. 
Este eu, que agora existe, permitiu desligar-se de vez, do passado.


© Alexandra Carvalho
18/05/2018
Com o aproximar dos 34 anos, senti uma necessidade crescente de voltar atrás. Repensar e reflectir as minhas vivências. As deliberadas e as impostas pela vida e pelo tempo.
Ambas de extrema importância para a minha evolução.
Tenho aprendido sempre, mas estes últimos anos foram fundamentais, trouxeram uma avalanche de experiências, emoções e pessoas que impulsionaram a minha vontade em crescer e em ser a melhor versão de mim.
Compreendi que a dor é inevitável. Ela irá surgir sempre, num campo da nossa vida ou noutro. É preciso aceitar a dor, chorar caso o coração peça e aprender com isso. Aprender a não voltar ao ponto inicial, ao ponto que nos trouxe aquela dor. Vivemo-la, aceitamo-la e seguimos a jornada. Mais completos, mais inteiros.

Compreendi também, que não estamos todos no mesmo caminho evolutivo e isso não quer dizer que uns sejam melhores que os outros. Somos todos seres humanos a fazer a sua caminhada.
Percebi que isto do amor é complicado (mas não é). A sociedade ensinou-nos a viver sob padrões, a esquecer dos outros, a esquecer até de nós.
É o amor que nos move. Aceitem, é o amor que nos move.
Se olharem para trás, para toda a vossa vida, nas decisões, nas perguntas inadiáveis, nas dúvidas, nas respostas e nas experiências encontrarão sempre o mesmo elemento. O Amor. Tudo na nossa vida está conectado e marcado pelo mesmo sentimento, no excesso de amor ou na falta dele.
Mas também se olharem para trás, vão encontrar a mesma lacuna, a falta de amor incondicional. E é a falta desse amor, que permite que habitemos num planeta (que teria e tem tudo para coabitarmos todos juntos e em harmonia) onde não impera a paz.
O meu compromisso é comigo principalmente, de em cada momento mais vulnerável, onde sinta que posso resvalar e baixar a minha energia original, relembrar que estamos todos aqui pelo amor, o incondicional.

© Alexandra Carvalho
09/05/2018

quarta-feira, 9 de maio de 2018

É o amor que nos move



Com o aproximar dos 34 anos, senti uma necessidade crescente de voltar atrás. Repensar e reflectir as minhas vivências. As deliberadas e as impostas pela vida e pelo tempo.
Ambas de extrema importância para a minha evolução.
Tenho aprendido sempre, mas estes últimos anos foram fundamentais, trouxeram uma avalanche de experiências, emoções e pessoas que impulsionaram a minha vontade em crescer e em ser a melhor versão de mim.
Compreendi que a dor é inevitável. Ela irá surgir sempre, num campo da nossa vida ou noutro. É preciso aceitar a dor, chorar caso o coração peça e aprender com isso. Aprender a não voltar ao ponto inicial, ao ponto que nos trouxe aquela dor. Vivemo-la, aceitamo-la e seguimos a jornada. Mais completos, mais inteiros.
Compreendi também, que não estamos todos no mesmo caminho evolutivo e isso não quer dizer que uns sejam melhores que os outros. Somos todos seres humanos a fazer a sua caminhada.
Percebi que isto do amor é complicado (mas não é). A sociedade ensinou-nos a viver sob padrões, a esquecer dos outros, a esquecer até de nós.
É o amor que nos move. Aceitem, é o amor que nos move.
Se olharem para trás, para toda a vossa vida, nas decisões, nas perguntas inadiáveis, nas dúvidas, nas respostas e nas experiências encontrarão sempre o mesmo elemento. O Amor. Tudo na nossa vida está conectado e marcado pelo mesmo sentimento, no excesso de amor ou na falta dele.
Mas também se olharem para trás, vão encontrar a mesma lacuna, a falta de amor incondicional. E é a falta desse amor, que permite que habitemos num planeta (que teria e tem tudo para coabitarmos todos juntos e em harmonia) onde não impera a paz.
O meu compromisso é comigo principalmente, de em cada momento mais vulnerável, onde sinta que posso resvalar e baixar a minha energia original, relembrar que estamos todos aqui pelo amor, o incondicional.

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Hoje pensei sobre despedidas. Que difícil é dizer adeus. Usamos de uma força qualquer sobrenatural, que até aquele momento não sabíamos ter. Encontramo-la quando o desgaste já não tem caminho para andar, ela vem, forte e mostra que há certos adeuses que não podem se transformar em até já, porque no futuro iriam novamente corromper os nossos dias e o nosso eu.
Todavia, que estranho é dizer adeus.

Alexandra Carvalho

quinta-feira, 26 de abril de 2018


Quando uma das Alexandras entra em conflito com todas as outras que compõem a total Alexandra, a alma pede que vá atrás do seu elemento. O mar. 
Entre o meu Concelho de residência e o vizinho, fui buscar energias boas que me pareciam estar a faltar.
O som das ondas, com o vento que ia batendo no meu rosto, ora suave ora agressivo foram fazendo o seu trabalho, e no fim, a missão estava cumprida. 
A alma sentia-se grata pela natureza que sempre lhe dá as respostas e a tranquilidade necessária.

Alexandra Carvalho


Ouve-se cá dentro a chuva que teima em não parar. 
O som estrépito que não deixa que os pensamentos se organizem.
Há uma voz que fala mais alto do que eu, que me pede calma.
Sossego o eu, a alma que confusa,
tem dúvidas da sua missão.
Sossego e silencio as palavras que por ora não interessam.
Amanhã tentarei ouvi-las novamente.
Amanhã saberei se permito que falem.



© Alexandra Carvalho

19/04/2018
Que terá custado mais,
a constatação ou eu ter-me permitido baixar a minha vibração? 
Já não há nada afinal,
tão pouco, já sei, se algum dia terá existido.
Na dúvida, da (in)existência, perdoei o meu coração e segui.


© Alexandra Carvalho

16/04/2018

E na morte do dia,
Pensamentos vários se afiguram.
A essência das horas perde-se, confunde-se, no tempo. No dia.
Palavras que saem, umas genuínas e outras alimentadas pelo ego.
Emoções reais e outras fantasiadas pela ilusão.
Pessoas verdadeiras e outras que estão ali apenas para nos ensinar,
a escolha entre o bem e o mal.
O dia morre lentamente,
E é certo, a escolha da aprendizagem, é nossa,
apenas nossa.




©Alexandra Carvalho

12/04/2018

Quando houverem dúvidas, olha para ti,
Procura no teu olhar o teu eu, o verdadeiro.
Se não conseguires encontrar, não há mal.
Olha lá para trás, e percebe onde te deixaste ficar, e permanece aí o tempo que for preciso. 
Quando voltares a olhar para ti, já te terás encontrado.

Alexandra Carvalho
11/04/2018


Se olhar para ti, espero que saibas que olho, essencialmente para a tua alma.
Se falar para ti, espero que saibas que falo essencialmente com a tua humanidade.
Se passar tempo contigo, espero que saibas, que faço-o essencialmente para a tua evolução e para a minha também.
Não vejo corpos,
Não vejo egos,
Não vejo estagnação.
E esta é a minha escolha.


Alexandra Carvalho
09/04/2018
Às vezes, parece que não consigo ouvir nada,
É tudo um silêncio absoluto.
Fico inerte e tento escutar,
Nada.
Nada.

Alexandra Carvalho

06/04/2018

domingo, 1 de abril de 2018

Serenidade



A verdade é que os momentos recentes, têm-me ensinado a serenidade. O meu coração foi sempre desgovernado e as experiências passavam por mim e eu não sabia reconhecê-las.
Não tinha maturidade espiritual suficiente para perceber os erros, para aprender com eles, mas acima de tudo, não tinha maturidade para estar bem comigo própria, apesar dos erros.
Afundava imensas vezes numa tristeza interior, visível apenas para mim. Pensava eu que a grande façanha era conseguir não mostrar ao mundo a minha dor, o meu vazio espiritual.
De resto, percebi que não era façanha, era medo. Medo de mostrar o meu verdadeiro eu, medo até de falar comigo própria.
Em cada frase que escrevi ao longo destas duas décadas, tinha quase a plena certeza que naquele momento, no encontro da minha alma com o papel, eu falava comigo. De facto, falava. Mas não me entendia.
Debitava palavras desesperadas de uma Alexandra com muitas dúvidas, dúvidas essencialmente acerca da sua existência, o porquê de alguns acontecimentos, o porquê de algumas emoções.
Sei agora que tudo estava conectado.
Os acontecimentos repetitivos que me mostravam que eu precisava quebrar os padrões na minha vida, precisava fechar ciclos.
Percebi também que custa encerrar ciclos, qualquer ciclo. Porque é quando os quebramos que aprendemos a conviver com o desapego.
Crescemos com aquela sensação predefinida que para estarmos bem temos de possuir coisas e infelizmente, pessoas também.
Não temos, é precisamente o contrário.
Quando compreendemos que nada é nosso e que ainda assim, podemos desfrutar das pessoas, dos sentimentos que elas nos provocam, das experiências que nos enriquecem e ajudam a melhorar aqui na matéria, como seres humanos, há um peso que sai de cima da nossa alma que não tem definição nem medida.
É verdade, nós podemos amar sem posse, sem controlo, sem pressões, sem cobranças, e esse amor é pleno e não acaba.
O desapego, na realidade, ensinou-me a compreender melhor o que era o amor e que eu poderia sim, amar desta forma e ser amada do mesmo jeito.

© Alexandra Carvalho

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

E assim é



E é como se já não fosses nada,
Como se de repente, nunca o tivesses sido.
Mas foste.
Em que momento foste embora e eu não percebi?
E em que momento eu deixei-te ir e também não percebi?
Mas assim é a vida.
Um acumular de pessoas que vão,
Que ficam, que passam.
Percebeste como se acabaram as palavras?
Já não temos nenhuma um para o outro.
Há um sorriso que fica, que é fácil,
Mas as palavras acabaram.
E sem palavras, sobra nada.
Já fomos tudo, agora não somos nada.
E assim é, e assim é.

© Alexandra Carvalho