Estes dias, num texto que escrevi
e publiquei, assumi o meu pedido de perdão a uma das pessoas mais especiais que
passou na minha vida e que já faleceu, o Mário.
Ando num momento de mudança, de
libertação.
A minha terapeuta espiritual
confirmou que eu tinha coisas mal resolvidas contigo, eu sabia que tinha, mas
ao mesmo tempo pensava que não, ou melhor, eu queria não ter, porque é mais
fácil quando não assumimos as coisas. Reconheço que também a ti devo um pedido
de perdão, penso que não teremos uma outra oportunidade pessoalmente, porque o
teu momento de mudança interior não permite que estejas comigo. Por isso, peço
perdão pelas atitudes, todas, que tive contigo. Pelas mudanças de humor, pelas
cobranças que sempre fiz. Mas acima de tudo, eu peço perdão pela vergonha que
tive sempre, em dizer em voz alta, que gostava de ti. Na minha pequenez de
espírito, sempre te adorei, a dois, entre quatro paredes, mas ainda não tinha
grandeza suficiente para assumir que gostava de alguém com tão poucas
habilitações e que ainda por cima dá erros ao escrever. E por isso, sim, tinhas
razão, quando disseste que parecia que eu tinha vergonha de ti. Eu neguei, é
verdade, mas porque não era capaz de admitir, porque tinha vergonha de mim por
pensar assim.
Nós somos todos iguais, e eu
estou sempre a defender isso em todo o lado, mas quando tocou em mim, eu tive vergonha.
E escondia ao máximo, o meu encantamento por ti.
Grande lição que eu tinha aqui
para aprender, contigo. Demorei, mas já aprendi.
O que interessa não é o curso
superior, não é o dinheiro, nem tão pouco é a imagem. O que interessa são os
sentimentos puros e o amor verdadeiro.
Quando pedi perdão ao Mário, lá
nos céus onde ele está, chorei tanto. Contigo não estou a chorar, talvez porque
ainda cá estás, aqui em baixo e poderás me perdoar por tudo, e porque eu também
me poderei perdoar e ter tanta vida pela frente, para fazer o certo.
O perdão é cura, e eu, estou a
curar-me agora de muitos anos de dor, de lágrimas, de vazio.
Obrigada (a tua alma também não
passou por mim em vão).
© Alexandra carvalho
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