quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O Arraial da minha terra

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Cada vez mais, as festas religiosas se distanciam da sua essência. Mas ainda assim, há uma ou outra que se mantém praticamente inalterada, falo sim, do Arraial em honra ao Senhor Bom Jesus. O auge das festividades na minha freguesia, Ponta Delgada.
Quando penso sobre o arraial, mais do que música e bebida, penso em família, em união e de certa forma, em fé. Não porque a génese deste arraial é a religião, mas porque todos os anos se renova a vontade e a fé, que para o próximo ano estejamos todos reunidos.
Acima de tudo, para os locais, este é o momento em que as famílias se juntam, riem, divertem-se e partilham do que é mais sagrado, a união familiar.
Ao contrário de outras festas da região, que sentem necessidade de ir buscar atracções musicais nacionais para dinamizar o evento, esta festa não precisa de o fazer.
Essa não é a sua essência. Esta é uma festa de fé.
Quem vem, mais do que qualquer outra coisa, vem agradecer as graças que o nosso padroeiro lhes concebeu. E isso, por si só, é motivo que baste para que percorram quilómetros para cá vir.
Se um dia, e espero que tal não aconteça, este Arraial fugir da sua tradição e história, e necessitar de fazer o mesmo que outras festas, estaremos a um passo de perder a alma deste grande Arraial do Bom Jesus.


©Alexandra Carvalho

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A minha mãe

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Acho que não há outra palavra para definir a emoção de uma mãe ao ver todos os filhos juntos senão a palavra amor.
Os filhos crescem e nem todos ficam perto dos pais. Ainda que os laços não se percam, perde-se a presença.
Vejo isso agora, o sorriso da minha mãe, ao ver na mesa os três filhos. Delicia-se a olhar para nós, enquanto falamos, porque durante meses, ela não teve esse prazer.
Pensa no prato que irá fazer, que satisfaça a todos e ainda diz, espero que gostem, foi feito com carinho.
Bem, o comer da mãe é sempre bom. Concordaremos todos com esse facto. Porque foi a nossa mãe que fez, com a entrega e dedicação que mais ninguém consegue ter, para nós filhos.
E eu costumo dizer, a minha mãe faz muito bem sobremesas, é a melhor a fazer este ou aquele pudim. Todavia, não me lembro de algum filho dizer que a sua mãe não é a melhor também.
Acima de tudo, é o amor. É o que transforma todos os pequenos momentos em algo muito mais profundo e especial.
Nem sempre os irmãos se dão bem, mas, o brilho no olhar de uma mãe vale superar qualquer desavença ou diferença que possa existir.
Que todos os filhos pudessem perceber isso.


©Alexandra Carvalho