domingo, 24 de março de 2013

Efemeridade


Aquele simples e único cabelo branco
Trouxe à tona a efemeridade da vida.
A leveza que é
A nossa passagem na terra.
Sei que já não sou aquela,
A que já existiu antes,
A criança, a adolescente, a jovem.
Mas aquele sinal enfatizou isso.
O tempo urge, passa veloz…
Que conquistei eu até agora?
Nada… não tenho nada!
Tenho a minha integridade,
O meu carácter,
Mas não conquistei nada.
O mundo, tal como está,
Só beneficia os corruptos,
E os outros, como eu,
Deambulam na beira da estrada.
A estrada não é para nós,
Só nos é permitido a berma…
Este simples, único e primeiro cabelo branco,
Fez-me acelerar o desejo de mudança.
O mundo precisa mudar,
Os objectivos têm de ser outros,
E em algum momento,
Terá a justiça de prevalecer.

© Alexandra Carvalho

domingo, 10 de março de 2013

Vida

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography

Quisera eu apenas estar aqui,
Contemplar a pureza da vida.
Concederam-me tal desejo,
Mas agregaram muito mais do que
A simples e bela pureza de viver.
Deixaram-me vir num tempo
De dúvida, de mudança,
De verdades mascaradas
E mentiras camufladas.
A lucidez da vida,
Poucos a vêem,
Poucos a compreendem.
A humanidade perdeu-se.
Geração após geração;
Enganos após enganos,
E perdemo-nos, desagregamo-nos da nossa alma,
Da nossa essência.
E quando voltarmos para casa,
O arrependimento será grande.

© Alexandra Carvalho