domingo, 24 de julho de 2016

Debruço-me e olho o mar




Debruço-me e olho o mar,
os pensamentos deixam-se esvoaçar,
E encaminham-se, ajudados pela brisa, para todo o lado
e para lado nenhum.
Perco-os nas ondas agitadas, do mar que me conhece,
que intimamente, me conhece.
Que fique com os pensamentos desnecessários,
e faça retornar os restantes.
Talvez, não precise devolver nenhum.
A mente ficou livre, de resto, era apenas isso que eu queria.
E o meu mar, assim o permitiu.



© Alexandra Carvalho

domingo, 3 de julho de 2016

Essência/Energia


Ainda que nos conheçamos, à nossa essência, tendemos a fazer tudo errado. O oposto do que ela nos pede.
Não sabemos reconhecer as pessoas, vimo-las pelo prisma que nos beneficia mais. Procuramos pelo que nos faz falta, ainda que ali, naquela pessoa não esteja nada do que procuramos.
Sabemos de antemão disso, e ainda assim, a visão deturpada consegue ver o que não existe.
A vida é estranha, e na maior parte das vezes, não conseguimos entendê-la.
Os dias tornam-se obscuros quando deixamos que as expectativas nos condicionem. Aliás, quando simplesmente permitimos a sua existência.
Se num momento, sentimos estar a percorrer o caminho certo, logo depois, somos puxados, com tal força, para o ponto que nos desvia do nosso caminho.
Entender que é apenas um desvio, e que é um teste para que possamos ser cada vez melhores, não é tarefa fácil. E é aqui que nos perdemos. É aqui que a essência fica tumultuada, porque a renegamos, porque deixamo-nos perder.
E não estamos aqui para isso.
Nascemos todos com uma energia única, individual e suprema. Mas cabe a nós, tão-somente a nós, direccioná-la para a sua verdadeira missão.
A luz brilhará apenas quando estivermos cientes disso e conseguirmos contornar todos os desvios.


© Alexandra Carvalho