quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A caminho de 2011


Lá está 2010 perto de acabar.
Depois de um ano que senti não estar a viver plenamente, senti necessidade de escrever um bocadinho sobre “ele”. Digo que não o vivi porque intimamente era como se planasse sobre o tempo, sobre os vários dias, os vários meses deste ano de 2010.
Dizer que não estou à espera que a mudança surja agora em 2011, seria uma mentira, porque, é por essa mudança que estou ansiosa, por começar um ano que me traga tudo aquilo que 2010 não trouxe. Na verdade, todos queremos o mesmo, todos os seres humanos deste planeta enorme desejam o mesmo, que o próximo ano seja favorável ou ainda mais favorável, dependendo dos casos. E afinal, em todo o final de ano a emoção é a mesma, os desejos praticamente não mudam nada, vivemos sempre do mesmo, partilhamos eternamente dos mesmos sentimentos e anseios, e medos, e sonhos…mudamos a cada dia e ao mesmo tempo continuamos fiéis a nós mesmos, pois os nossos sonhos nunca mudam, nunca acabam, nunca se esgotam…
Não sei se é presunção da minha parte, mas já consigo me visualizar na vida que quero ter e preciso ter em 2011, acho que muita coisa vai mudar, e isso é inevitável, mas acredito que as portas que precisam se abrir serão abertas.
Este é o momento certo, eu acredito que seja o momento certo de deixar de sobrevoar a minha vida e começar a vivê-la na sua plenitude.
Um bom ano para todos nós.

© Alexandra Carvalho

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crise

Agora não se fala de outra coisa, apenas da crise, das reviravoltas que aí vêm, e isso ora dá medo ora apetece, simplesmente, ignorar e esquecer. Já estamos a ver onde vamos fazer cortes nas despesas mensais, mas em quê, como? Será que o que nós consumimos é indispensável, ou andamos todos a consumir bens supérfluos? Pois, aí está, é que nem tudo o que nós consumimos é assim tão indispensável, pelo contrário. É aquele “apetite” de comprar, de ter, de experimentar… pronto, é isso, já sabemos que podemos viver sem comprar roupa todos os meses, e muito menos ir ao cinema todos os finais de semana ou até mesmo sair à noite, tudo isso é fantástico e enaltece o nosso ego, faz-nos esquecer as vidinhas rotineiras que vivemos, e nalguns casos, vidas mesmo medíocres, mas é a crise, e para todo o lado que nos viramos, está alguém a falar desse tema, é quase pecaminoso passar num loja e apetecer comprar algo que não estamos a precisar com urgência, porque o país está a apertar o cinto, porque nem sabemos se irão haver reformas daqui a uns anos, por outro lado, quem nos garante que chegamos a essa altura, não será melhor aproveitarmos o agora, e comprar o que nos apetecer? Talvez, mas atenção, convém não exagerar porque os apoios sociais, também estão no limite.
Ao fim ao cabo, estamos todos no limite, o país com as suas dívidas e nós, cidadãos comuns que não aguentamos mais ouvir e falar de crise.

© Alexandra Carvalho

Preconceito ou Provocação?

Andamos todos enganados, gostamos disso talvez.
Os homens de um lado, as mulheres de outro e ao fim ao cabo, misturamo-nos todos, como se fosse impensável vivermos em separado, na certa é, de facto.
Disputas ridículas, conversas em tom de estigma, de preconceito social. Ordenados injustos para quem faz o mesmo, onde a única diferença existente que os afasta, é o género sexual, as mulheres, inevitavelmente ganham menos que os homens.
Somos obrigadas a viver e a reagir num mundo que, apesar das várias conquistas, das várias lutas, ainda é machista, ainda valoriza o homem pelo seu trabalho forçado, pela sua inteligência que muitas vezes é menor que a de muitas mulheres.
Sejamos coerentes, as mulheres estão em todos os sectores, são elas que vão para a universidade em maior número, porquê? Porque o homem é um ser desistente, ter aulas, estudar, aguentar professores? Não, é bem melhor deixar tudo isso e ir para as obras, por exemplo. Pensar menos, fazer o que lhe é pedido, e ao fim-de-semana estão no café ao lado de casa a beber a cervejinha habitual, a falar de futebol, do seu clube que nem sempre está no seu melhor, nos jogadores que foram comprados ou vendidos, sim porque esse tema os homens dominam, mas desenganem-se, se acham que as mulheres são completamente alheias a esses temas, lá está, estamos em todos os sectores, gostamos mais de umas áreas e menos de outras, somos superiores?
Não, e é essa a nossa maior diferença, é isso que nos superioriza e nos distingue mesmo sem querermos, conseguimos perceber que homens e mulheres são todos diferentes, que há homens que conduzem mal, e eu, pessoalmente, já vi vários, como há mulheres que mais valia nem terem carro.
No fundo, o que cria este separatismo de género? Preconceito ou provocação? Os dois provavelmente, o ser humano (sem olhar a sexos), é mesmo assim, complicado e diferente.

© Alexandra Carvalho

sábado, 27 de novembro de 2010

Constatação


Hoje, ao ler outras criações poéticas de outros portugueses deparei-me com um poema sobre “as palavras”, e achei tão interessante esse facto, porque ainda há pouco havia escrito sobre o mesmo.
Apesar de diferente, achei tão parecido, com palavras diferentes mas emoções semelhantes, ao fim e ao cabo, partilhamos todos do mesmo, ou pelo menos uma parte de nós partilha dos mesmos sentimentos, dos mesmos medos e emoções.
Aproveito para fazer publicidade daquele espaço, é agradável aos olhos e ao coração ler tanta poesia e tanto talento.
“Cantinho da Poesia” http://cpoesia.esenviseu.net/

domingo, 14 de novembro de 2010

Palavras


Aprendemos as palavras muito cedo,
E dizemo-las como se pouco significassem…
Dizemo-las sempre, a toda a hora,
E entre tantas palavras, pouco percebemos, pouco sentimos.
Deixámos de saber dizer, esquecemos de sentir,
As palavras estão gastas, estão envenenadas de um saber errado…
E eu? Saberei ouvi-las, dizê-las da forma certa?
Estou tão cansada, resigno-me ao silêncio,
Abomino todo o tipo de conversa sem sentido, sem emoções, sem verdade…
E penso, penso como se precisasse pensar para conseguir viver…
Escrevo, e dessa forma, consigo encontrar um sentido para tanta palavra criada,
Tanta palavra perdida em tanta conversa sem nexo.
Ouço-me por dentro, ouço-me sem precisar sussurrar o mais pequeno som.
Não é a minha voz que fala, é o meu coração, e esse,
Diz-me que é preciso mudar, é preciso ouvir outra voz,
Que não aquela que fala palavras ao acaso, palavras que morrem
Entre a boca e os ouvidos de alguém…
É preciso ouvir a voz que vem de dentro de nós.




sábado, 6 de novembro de 2010

Sonhos

Faltam-me sonhos,
faltam-me metas por definir...
E sem sonhos, o que me resta?
Apaguei-me sem perceber,
desliguei-me de mim, do mundo, de tudo...
Os dias parecem tão pequenos, tão grandes, tão cheios de nada.
E é este nada que agora me faz despertar...
Em que momento deixei de sonhar?
Em que momento deixei de acreditar que podia sorrir?

sábado, 23 de outubro de 2010

Tenho dúvidas,
Não sei o que sinto, se sinto…
Os meus pensamentos foram brutalmente invadidos
Pela lembrança do teu beijo,
O nosso beijo, o misterioso beijo.
É tão mais fácil fugir,
Quando o medo surge,
Quando o desejo mostra-se presente,
Ainda que às escondidas.
Ainda consigo lembrar das palavras,
Das tuas apreciações demasiado respeitosas
Em relação a mim.
E agora, porque é que tudo voltou ao mesmo?
Porque é que ainda não nos enfrentamos?
Tu escapas-me entre olhares que tentamos não cruzar.
Conheço-me, sei que tenho medo e tu?
Fingimento, dúvida, incerteza.
E se a minha vida é isso, a tua também será assim?
Só há uma dúvida que não resta,
Em algum momento,
Voltaremos a nos encontrar…


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reparei agora que faz um mês que não escrevo nada aqui no meu blog, é curioso, escrevo para sites, para outros blog's e acabo por esquecer do meu. Contudo, este foi sempre o meu espaço de desabafo, o meu cantinho de poesia, e diga-se de passagem que a minha inspiração poética anda muito ausente. 
Ando a escrever um livro, é o segundo que começo, os temas são interessantes, a história cativa, mas perco-me sempre e deixo-os de lado, talvez faça mal.
Este último fui escrevendo e fui mostrando à minha irmã, que por sua vez também mostrou ao namorado, surgiram opiniões motivantes dos dois lados, e mesmo assim, deixei por agora de lado, não definitivamente. É como se tivesse as ideias todas guardadas num ficheiro qualquer da minha cabeça, quando quiser utilizar as informações basta aceder. Lá aparece um dia que tenho mesmo vontade de escrever, de pôr mais qualquer coisa na história e aí vou correndo para o computador, e surge de forma fácil e espontânea tudo o que me vai na mente.
Talvez um dia destes a poesia volte, carregada de emoções e experiências, como sempre.

© Alexandra Carvalho

sábado, 18 de setembro de 2010

Procura, insatisfação...PAZ

Sinto-me aquém de mim própria,
alguns dias é como se nem existisse de facto,
deambulo na vida, nos dias...
Outros dias estou aqui bem presente,
atenta a tudo, querendo mais...
O ser humano é tão estranho, curioso...
Estes altos e baixos que me irritam,
que me empurram ora para o abismo
ora para a felicidade, não existe um meio-termo,
não consigo estar apenas num lugar, numa emoção,
sinto necessidade de divagar entre a dor e a alegria,
não estou bem num lado nem no outro.
Continuo na insatisfação...na dúvida...na procura de algo que não sei se existe...
e a única coisa que quero é tão simples: PAZ.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Regresso

Não me ausentei do País, da Ilha, nem tão pouco da minha casa...mas é como se o tivesse feito... andei ausente de tudo, de mim própria, anestesiada, ocupada com outras coisas...outras prioridades!
Tive saudades de mim, e sinto-me egoísta ao dizer isso, habituei-me de tal forma ao meu mundo que qualquer coisa diferente que surja, qualquer pessoa que apareça, faz mudar tudo e afastar-me de mim...E senti-me incompleta, esta semana, eu era eu e não era ao mesmo tempo, e apercebi-me que se calhar nem sei bem quem sou, um ser estranho que ora agrada aos outros ora não...
Parece que todos querem encontrar em mim uma pessoa que eu não sou, e não consigo ser por mais que queira, se sou diferente, se sou estranha, se não vou de encontro às expectativas que têm em mim, eu não tenho culpa, a verdade é essa, estão-me a culpar por algo que eu não tenho domínio, algo que me é alheio.
Não nascemos todos com as mesmas metas nem tão pouco com os mesmos objectivos pessoais, eu sou eu, e os outros são os outros.
Será demasiado difícil respeitarem-me assim, desta forma? Esta Alexandra e não a que vocês querem que exista?!

© Alexandra Carvalho

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Noite

É um sentimento ofusco,
são sensações que nem sei porque sinto...
Dou voltas e voltas aos meus pensamentos,
às minhas perguntas sem resposta;
às minhas expectativas inalteradas...
Ahhh...apetece-me gritar, fugir de mim mesma e da terra,
de um planeta que não compreendo, que não me compreende!
As coisas acontecem à minha volta,
por vezes sofro, por vezes choro, por vezes sorrio, por vezes não sinto nada...
NADA...
Volto a olhar para mim, a olhar para dentro de mim, e tento puxar-me,
seja lá de onde estiver, em que lugar mais absurdo me encontrar...
E consigo sempre, todas as vezes eu volto, e todas as vezes me perco de novo.
E continuo...
A vida está em cada coisa que aprendo;
em cada frase que me magoa;
em cada palavra que me enriquece e me faz gostar de viver...
NADA??? Não existe o nada, apenas o silêncio...
Ah, como me faz bem ouvir o silêncio, ouvir a minha voz oculta...
Voltei a encontrar-me....
Amanhã voltarei a perder-me...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pedaços de realidade

De vez em quando surgem no nosso caminho pedaços de realidade que nos confrontam ainda mais com a nossa própria vida. Sentimo-nos sós tantas vezes, e algumas vezes, basta olhar para o lado e está um olhar atento, andamos tão cegos e tristes com as escolhas que vamos fazendo ao longo do nosso caminho, que nenhum olhar é-nos visível.
Passo a vida a falar de solidão, ou não seria eu alguém que escreve poesia, a solidão está de tal forma cravada que tornou-se impossível dizer que não me sinto só, que em algum momento não me senti só. E afinal de contas, são tantos os momentos partilhados com tantas pessoas que fazem parte de nós, ou já fizeram... esquecemos isso e ao mínimo sinal de vazio, a solidão ataca ferozmente e tudo o resto fica para trás.
Que forma estranha de viver, onde a felicidade aparece-nos tantas vezes sorridente, e mesmo assim, valorizamos a dor, a tristeza, a solidão, e os sorrisos são apagados, são fechados em qualquer recanto das memórias.
Lá de vez em quando surgem pedaços de realidade...é preciso agarrar o momento!

© Alexandra Carvalho

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Falta de tudo e de nada

Parece que falta sempre qualquer coisa, não sei bem o quê, os dias parecem tão pequenos e tão grandes ao mesmo tempo. Estou aborrecida.
Apercebi-me que não sou tão doce nem tão justa como achava que era, pelos vistos magoei alguém que não merecia, disse-me assim "tens um coração de pedra", mas afinal, para não ter esse tal coração de pedra tenho de fingir que gosto, se não gosto? Isso não seria pior? Vou fugir de mim e das minhas convicções só para alguém ficar feliz e eu não?! Como vou fazer alguém feliz se eu própria não estiver?
As pessoas dramatizam muito, até eu, acho que dramatizo muito...
Penso em todas as mensagens que trocámos, todas as palavras que dissemos, e se por momentos acho que fui fria, logo depois apercebo-me que estava a ser eu, eu e as minhas defesas contra a dor, as minhas muralhas gigantes que me protegem de ataques desconhecidos, de emoções não programadas.
E no final de contas, acho que toda esta frieza apenas te protegeu a ti, não a mim, tu sairias magoado e eu continuaria na mesma, ainda à espera da pessoa certa...

© Alexandra Carvalho

sábado, 24 de julho de 2010

Para ti

Apetece-me te dizer mais coisas do que aquelas que tenho dito,
no fundo tu sabes disso, fujo de mim e de ti, como se aí estivesse a salvação.
As tuas palavras levam-me para mundos e emoções que eu já nem conhecia,
tenho vivido longe deles por vontade, por medo, por insegurança.
E conheço-me tão bem para saber que vou continuar a fugir de ti,
se mereces ou não, não sei...
Gosto do que me dizes, gosto dessa tua frontalidade que me empurra para mim mesma,
que me mostra o meu verdadeiro eu.
Mas como te vou aceitar se não tens nada a ver com aquele homem que sempre desejei?!
Preconceito, descriminação, estigma talvez, não te consigo aceitar por mais que lutes por isso...
A tua meta é conquistar-me e a minha é deixar-te para trás,
impossibilitar-me a mim e a ti de termos um futuro diferente, uma união real.
A tua voz ora irrita-me profundamente, apetece-me gritar contigo,
ora faz-me falta e quero ouvi-la de novo...
É uma ambiguidade que não quero perceber, não quero sentir, não quero viver.
Consigo ver-te como um futuro amigo mas não me peças mais,
a minha mente fechada não consegue ver-te da forma que queres,
e assim vai ser, assim tudo vai acabar...

sábado, 3 de julho de 2010

As emoções nem sempre aparecem,
São como as palavras ditas nos momentos certos.
Hoje pensei em tanta coisa,
Em emoções vividas no passado,
Hoje queria voltar a vivê-las.
Não sinto a tua falta,
Não de ti, da tua personalidade incompleta,
Sinto falta do resto, dos meus sentimentos,
Da minha euforia constante, do sorriso aberto.
Indiscutivelmente, tu davas tudo isso.
Estou condicionada a ti
Até aparecer alguém, outro alguém,
Mais completo, mais real, mais apaixonado.
Nada disto faz sentido
Porque já não te quero,
E ainda assim,
Sou capaz de te trazer para o papel
E para o meu mundo privado.
Que vontade absurda de escrever
E não escrever nada do que eu quero;
Que medo mais absurdo me invade
E não me deixa ser eu?!
São as saudades de me entregar;
São as saudades de mostrar quem sou,
E ainda assim,
Contenho-me e continuo no silêncio!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Estranha forma de viver

É uma forma estranha de vida,
Horas de silêncio, vozes que falam e não são ouvidas,
Perguntas que não obtêm respostas…
Tudo gira em torno do silêncio e do nada.
Algures nos intervalos do silêncio, eu falo,
Eu vivo, sorrio, protesto, tenho esperança…
Em algum momento, tudo irá mudar,
Estarei mais presente, mais viva dentro da própria vida que vivo…

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mais um selinho

1. Publicar a imagem do selo e dizer quem o passou?

Agradeço à Pois, eu, pois foi ela quem me ofereceu este selinho :).

2. Responder à pergunta: O que te aquece o coração?

A sinceridade, o amor, a amizade, bom humor e principalmente a justiça.

3. Passar o selo a 10 blogues e a todos os seguidores que o quiserem fazer:

Eu passo a todos os meus seguidores e não só, àqueles que casualmente possam vir a espreitar o meu blog :)



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Desafio

Obrigada à Joana (laydxinha.blogspot.com) que me mandou este desafio.
Tenho então que revelar 6 coisas que vocês não sabem sobre mim:

1 - Sou demasiado teimosa;
2 - Não gosto muito quando me apontam defeitos que não tenho;
3 - Adoro silêncio, estar deitada na minha cama sem pensar em nada, a ouvir o silêncio;
4 - Sonho em editar as minhas obras de arte (os meus poemas);
5 - Sou muito metódica, tudo tem de estar no seu lugar;
6 - Detesto ordens, não suporto que me mandem fazer coisas à pressa.

Quanto ao passar este desafio, como não tenho muitos seguidores, reencaminho a todos os que passarem por cá...

sábado, 29 de maio de 2010

O Adeus

Cada vez bate mais depressa,
Pensar em ti, em mim, em nós,
Faz disparar o meu coração.
Apesar de tudo,
Continuas a ser o meu último amor,
O último homem a quem me entreguei;
A quem dediquei horas, minutos dos meus dias.
Não quero, não me faz bem,
Ter-te presente, esta raiva que me consome!
Longas semanas passaram
Em que tu parecias não existir,
Como se o mundo tivesse riscado o teu nome
E a tua existência.
O meu mundo decidiu,
De livre vontade me proteger de ti
E de todos os sentimentos que despertaste,
Naquele passado que ainda me acompanha.
Estou cansada, cheguei ao meu limite.
Tu assumiste o erro,
Admitiste a tua culpa pela minha dor,
E aquela raiva terá de se apagar,
Ficar para trás como o passado.
Serei louca em deixar que o amor
Tenha acabado e permita
Que a raiva permaneça!
Resignei-me perante a realidade,
A perda, as tuas desculpas…
Acima de tudo quero viver
Em paz, em harmonia com o meu coração
E com a minha mente.
Digo-te agora o adeus,
Que há muito tempo atrás deveria ter-te dito.
Fingi demasiadas vezes esta despedida,
Mas nenhuma delas foi real.
Este é o momento em que me separo
De nós para sempre;
Esta é a hora em que o adeus é real.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Encontro de olhares que já não se complementam

Finalmente o meu olhar encontrou o teu,
que medo eu tinha deste encontro.
Não nos olhamos directamente, mas aquele olhar esguio bastou...
Senti-me estranha, apeteceu-me fugir dali,
a tua presença estava a surtir um efeito qualquer,
não sabia se continuava como estava até ali,
a sorrir com os meus amigos, a aproveitar o momento.
Olhei em volta e percebi que já nada era igual.
Já não te amo, e isso tenho a certeza,
mas voltar a olhar para a tua cara é algo que não desejo, 
não sinto falta, não quero.
Olhar para ti significa relembrar;
Relembrar o passado que tive contigo,
e este passado é tão triste, tão doloroso, tão efémero...
Como foste ingrato comigo!
A ti, nem um sorriso darei,
até ao fim dos meus dias.
E isso, tu sabes tão bem quanto eu.
Desencontramo-nos no amor
e desencontramo-nos para o resto das nossas vidas.


Alexandra Carvalho
27-05-2010
Ponta Delgada

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mais um aninho...agradecimentos

Fiz anos dia 19 de Maio, foi um dia normal, semelhante à rotina que tenho todos os dias. Continuo na terrinha, desempregada, cansada de algumas coisas, de algumas atitudes, de comportamentos que por vezes me fazem questionar tudo.
No entanto, apesar da rotina chata dos meus dias, ao fim da tarde, a minha mãe chegou do trabalho com um ramo de gerberas, e achei aquele gesto fantástico, não estava de todo à espera.
Tinha me convencido que este seria um dia comum.
As mensagens de aniversário não pararam o dia todo, dos amigos mais próximos, de alguns conhecidos e familiares, mas estavam todos longe, e senti-me só durante grande parte do dia.
Fazia-me falta a loucura da minha irmã, que também não estava, a presença dos meus amigos de sempre, e não vou mencionar nomes porque eles sabem bem quem são.
E isto tudo para dizer, que o meu dia de aniversário só fez sentido quando a minha mãe chegou a casa com aquele ramo de gerberas, dei-me de conta como nem sempre demonstro o quanto gosto dela e o quanto é importante tê-la na minha vida.
Mais um ano em cima das costas, e tudo o que me passa pela cabeça, é a falta de emprego e a falta de amor, quando é que essas duas coisas vão surgir na minha vida?!
Continuo à espera, continuo a lutar por isso...

© Alexandra Carvalho

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Falta de inspiração

Por mais incrível que pareça, as desilusões e as mágoas amorosas são a melhor fonte de inspiração, principalmente para quem escreve.
Queixo-me porque o amor não me sorri, queixo-me porque ainda não encontrei a pessoa certa e agora queixo-me da ausência de dor, da ausência de lágrimas e desilusão, porque é isso que me empurra para perto do papel e da caneta e faz-me escrever.
Queixo-me agora da falta de inspiração.
Parece que tudo à minha volta ficou desinteressante, ouço conversas banais, as quais nem me apetece participar. E nas redes sociais, se há coisas boas também há más. Gente fútil, com conversas igualmente fúteis, com complexos de grandeza e/ou inferioridade.
Não páro de me questionar, como é que é possível o ser humano se chatear com coisas tão pequenas e insignificantes e esquecer os reais problemas. Que sociedade é esta que valoriza a banalidade e subestima a realidade triste, que está bem ali, à nossa beira. Se somos felizes, há quem não seja, Se vivemos com as melhores condições sociais, económicas, há muita gente que não.
Isso sim é importante!

© Alexandra Carvalho

domingo, 25 de abril de 2010

Selinho Dardos


Oferecido pela Joana Carvalho (http://laydxinha.blogspot.com/)

As regras são as seguintes :


- Exibir a imagem do selo no seu blog.

- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.

- Escolher 10,15,30 blogs para dar indicação.

- E avisá-los.

Blog's:

todos os que costumam frequentar o meu blog :)

sábado, 24 de abril de 2010

Muito mais do que isto

Às vezes faz mais confusão;
Às vezes sinto-me mais só,
Numa solidão centrada em mim mesma.
Não existem palavras certas,
Palavras suficientes para extravasar
Todos estes sentimentos que me avassalam,
Que me encostam contra a parede.
Oscilações de pensamentos,
De sentimentos contraditórios,
De quem não aceita a injustiça;
De quem não aceita viver apenas por viver…
Tenho cá dentro um grito de revolta,
Um grito que não consigo soltar,
Falta-me coragem,
Falta-me esquecer do medo,
Falta-me olhar para mim,
Olhar para o que eu quero,
O que eu preciso, o que me satisfaz…
E o amor?
Onde é que ficou? Onde se perdeu?
Alguma vez o vivi?
Não bastam sorrisos,
Nem olhares de encantamento;
Não bastam palavras simpáticas,
Nem gestos apetecíveis.
Falta-me o verdadeiro amor…

domingo, 18 de abril de 2010

Escolho a amizade

É tudo passageiro,
os desejos, as emoções e até mesmo a felicidade.
É como se tivéssemos alarmes programados,
na hora acerta começa e na hora certa acaba.
Pensei em ti hoje, e tudo parece mais simples,
se deixei de te desejar? Não, mas acalmei o impulso.
Não faz sentido ir à procura de um sentimento inexistente,
quando já temos o nosso, aquela amizade sem limites, sem tabus,
que nos faz bem...
Fiz a escolha certa, por agora...
Não sei o que farei amanhã,
se por alguma razão incontrolável,
não conseguir manter-me e arriscar...
E se te perco? Talvez não, és superior a isso tudo, eu sei...
Contornas as coisas de tal forma, onde ninguém perde, mas nem sempre ganha...
Escolho a amizade, escolho as conversas longas e interessantes,
escolho ter-te no papel que queres ter no elenco que eu escolhi para a minha vida.

Quem sabe um dia...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mudança de Papéis

Não sei bem porquê,
Mas do nada começaste a frequentar os meus pensamentos,
Alguns desejos...e a confusão instalou-se...
Conheço-te tanto e há tanto tempo,
Que é impossível perceber esta vontade
Que me consome, de querer estar contigo,
De querer sentir o teu toque, a tua pele...
Dou voltas e voltas aos meus pensamentos,
Para entender o que estou a sentir…
E se por vezes entendo, outras vezes prefiro pensar que não.
Não quero aceitar que tenhas mudado de papel,
De personagem na minha vida…
Não é disso que eu preciso,
Não é de mais uma confusão sentimental que eu preciso
Para poder sorrir…
Isto vai passar, tenho de acreditar nisso,
Que amanhã voltarás a ser quem eras,
Voltarás ao antigo estatuto.
Da mesma forma que te tornaste num homem que eu desejo,
Também te tornarás no amigo do passado.

Alexandra Carvalho
14-04-2010
Ponta Delgada

Selinho

Selinho oferecido pela sister Joana (http://laydxinha.blogspot.com/)

As Regras:


1 - Enumerar 3 sonhos;

- Encontrar o verdadeiro amor

- Encontrar o meu espaço no mundo profissional

- Manter sempre os meus verdadeiros amigos


2 - Enumerar 3 pecados/tentações;

- Gulosa, de vez em quando vou aos chocolates da minha irmã :)

- Escrever poesia

- Olhar o mar


3 - Comentar no blog criador do selo;

4 - Nomear 6 blogues que consideres espectaculares.
 - http://ritafreitas11.blogspot.com/
- http://laydxinha.blogspot.com/
- http://pudescritora.blogspot.com/
- http://gorroasriscas.blogspot.com/
...
não chega aos 6, mas estes 4 são muito bons, valem por 6.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Entre vários caminhos



Se o caminho certo é o mais fácil,
então porque tudo por vezes é tão difícil,
esse caminho fácil que parece se encontrar escondido...
Vejo um caminho estreito, uma rua coberta de arbustos
que mal se vê o chão...
É como se tivesse medo de arriscar e ao mesmo tempo
algo me puxasse para lá, uma força qualquer que me chama
e diz que é por ali que tenho de ir.
O medo é o que nos bloqueia, é o que nos proíbe de ver o que está ali mesmo,
o rumo que nos pode trazer a paz e a felicidade.
Olho pela janela do meu quarto e nem sempre gosto do que vejo,
mas hoje foi diferente, olhei e vi ar puro, vi a beleza que está por detrás das coisas mais simples da vida.
Uma flor que acabou de nascer, o verde das ervas espalhadas pelo quintal,
e isso tudo é vida, isso tudo mostra que estou aqui, que vivo, que consigo ver,
e que em algum momento, o meu sorriso não será fechado, em algum momento, vou conseguir
percorrer o rumo certo.


Alexandra Carvalho
08-04-2010
Ponta Delgada

domingo, 4 de abril de 2010

Preciso ver


Ontem queria mudar e hoje sinto que preciso mais do que isso,
preciso ver mais do que vejo agora,
como se precisasse me encontrar,
porque nalgum momento fiquei parada, estagnei num ponto qualquer
da minha vida.
As palavras ora fazem sentido, ora não;
acordar ora é maravilhoso, ora não.
Sei que a vida é muito mais do que isto,
sei que ainda não atingi as metas nem os desejos que me invadem a cabeça.
Será que estou demasiado passiva?
Será que não estou a ver o caminho à minha frente?
O que é que afinal quero fazer?
O que é que afinal me satisfaz?
Vivo cada dia à procura,
porque a minha voz interior está silenciosa,
ou fala tão baixinho que não a consigo ouvir.
Talvez precise ouvir o silêncio,
talvez precise ver o nada,
talvez as respostas estejam à espera que eu as encontre.


Alexandra Carvalho
04-04-2010
Ponta Delgada

sábado, 3 de abril de 2010

Mudança

Tenho o coração apertado,
acordei assim hoje.
As palavras saem da minha boca
mas é como se não as dissesse, não fosse eu.
Olho para o nada, estou a ver e não estou.
É uma ansiedade que não consigo explicar,
não estou triste, não me sinto a deslizar para o vazio,
mas há uma vontade desmedida de mudar...
Como se eu precisasse de qualquer coisa ou de alguém.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Desabafos

A minha inspiração tem andado a leste, acho que tirou férias... Tenho andado alheia às palavras e por vezes alheia a mim própria. São tantos os pensamentos que percorrem a minha cabeça, que nem sempre me apetece escrever.
Tento sempre adoptar um estilo optimista, positivo, como se a vida fosse melhorar, porque não pode ser sempre má.
Desta vez o que me incomoda não é o amor nem tão pouco a recente desilusão amorosa, isso até é pouco importante agora.
Estou cansada da rotina dos meus dias, estou desde Agosto do ano passado desempregada, e vendo bem, nunca tive emprego, porque um Estágio Profissional é algo muito passageiro, que não dá qualquer garantia. Vivemos num país que valoriza os estágios só pelo facto de serem financiados pelo Instituto de Emprego, a nossa grande economia que parece não incentivar o mercado de trabalho.
Ou seja, estudamos vários anos, e estudamos porque queremos fazer algo por nós e pelos outros, e chegamos cá fora, ao tal mercado de trabalho, e as portas não se abrem, ou apenas se abrem para quem lhes interessa, e nem importa que tenham a formação certa e indicada ou não, o que importa é serem filhos de um casal amigo, namorada(o) de um(a) filho(a), de um(a) primo(a) e etc...
Estou à espera para ver o que irá acontecer nos 4 concursos públicos a que me candidatei recentemente. Vou continuar positiva e optimista, afinal, não me resta mais nada. Já que os meus pais ensinaram-me a ter carácter e ser justa e não andar por aí a passar por cima dos outros para conseguir o que quero.

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 19 de março de 2010

Para alguém do passado

Hoje percebi como certas pessoas nos marcam para sempre,
ainda que já nem façam parte da nossa vida.
Hoje vi-te numa fotografia, estavas acompanhado, parecias feliz,
não sei quem ela é para ti, mas esse sorriso,
era o que tinhas quando estávamos apaixonados.
O sorriso costuma ser igual.
Depois de ti voltei a estar apaixonada,
mas ver-te assim, com alguém,
balançou cá dentro qualquer coisa,
talvez porque não pudemos desfrutar o sentimento,
talvez porque tive medo, porque não arrisquei, talvez porque não era para ser,
talvez por tudo isso, continues a ser alguém muito especial.
Gostei de te ver com esse sorriso,
significa que estás bem, que o vazio já não vive contigo.
Queria poder voltar a sorrir dessa forma,
eu sei que vou voltar a sorrir,
alguém me irá fazer sorrir assim,
só não sei quando é que vida irá me proporcionar isso.


Alexandra Carvalho
19-03-2010
Ponta Delgada

domingo, 14 de março de 2010

Emoções...sentimentos...libertação

Hoje li um texto de alguém que conheci aqui, no mundo dos blog's, e este texto fez-me ver como, quase sem me dar de conta, voltei ao meu estado normal.
Pensei em como andei vários dias, naquela dor, naquele sofrimento que parecia não passar, porque tu decidiste ir embora, me deixar para trás. Mesmo sabendo que eu merecia melhor do que tu, sofri, senti a tua falta, chorei, e isto tudo porque, SIM, eu amei-te, amei mais do que inicialmente queria, mais do que alguma vez imaginei amar alguém, alguém como tu. E digo isto, porque jamais tiveste os atributos que eu gosto, não gostas de ler, detestas poesia (e isso magoava-me muito, porque eu não vivo sem escrever, é como se fosses contra mim), as músicas que eu gosto e ouço são aquelas que tu nem conheces os artistas, nem sabes que eles existem, tanta incompatibilidade era previsível que não desse certo, mas apesar disso, eu amava-te e estava disposta a lutar por ti. Foste embora com as desculpas mais ridículas que alguma vez foram ditas entre pessoas que se amam ou dizem se amar, querias continuar meu amigo, pois é, isso é impossível, quando já foste muito mais que isso.
Não sei se fiz bem ter-te eliminado de toda a minha vida, mas a verdade é que senti necessidade disso, eliminei-te da minha vida virtual e do meu coração.
E hoje pela primeira vez, sinto-me LIVRE.

© Alexandra Carvalho

sábado, 13 de março de 2010

Selinho mágico :)

Oferecido pela minha maninha, Joana http://laydxinha.blogspot.com/


As regras são:


- Completar a frase "A magia é..."
 
 
... adormecer e acordar no outro dia, sentindo a mesma liberdade, o mesmo amor do dia anterior.
 
Ofereço este selinho a:
 
Hugo Mota http://gorroasriscas.blogspot.com/
Alguém http://pudescritora.blogspot.com/
Mundinho - http://butterflyflyaway1.blogspot.com/

sexta-feira, 12 de março de 2010

Selinho


Selinho oferecido por: Joana (http://laydxinha.blogspot.com/)

Acompanhado com as seguintes questões:



Dois truques de beleza:

sou um bocado desleixada :)

Duas prendas que gosto de receber:

brincos e colares

Local preferido para fazer compras:

Forum Madeira *.*

Dois defeitos:

teimosa e (gulosa) :P

Duas qualidades:

super amiga, atenciosa

Dois produtos de beleza recomendáveis:

yves rocher, nívea

Três manias:

gostar de me isolar um pouco, ter obrigatoriamente a minha tv no quarto, gostar de silêncio

Três características que não suporto nas pessoas:

Hipocrisia, cinismo e falsidade

Três características que admiro nas pessoas:

justiça, sinceridade, lealdade


Pessoa especial para mim:
Neste momento são várias, a minha maninha, a Lisete, a Nisa...e outros grandes amigos :)



Pessoas a quem vou dar este miminho:

Uma ponte entre a liberdade e o abismo



É este sentimento de solidão,
que às vezes me empurra para o abismo.
Controlo as minhas forças
e não me deixo aproximar...
À noite, a escuridão invade a minha alma,
sinto-me um pouco perdida, como se o chão deixasse de existir.
Outras vezes, decido sorrir e a vida parece mais colorida.
Hoje falei de ti,
sabes como me referi a ti?
O idiota, aquele que nem o nome me apetece escrever ou dizer.
Riram-se... é normal!
O meu ego recompõe-se aos poucos,
de longe, mereço alguém melhor,
alguém mais interessante, mais atento,
alguém que saiba amar.
Dizer que gosto de estar só,
seria mentir para mim própria,
nem sempre gosto desta falta de alguém,
mas consigo viver com essa ausência.
Já consigo acordar e não pensar em ti;
já consigo passar as 24 horas do dia sem me lembrar que existes,
algures por aí.
E essa sensação de liberdade,
impede que a solidão me deixe atravessar a ponte
para aquele abismo que por vezes me chama.


Alexandra Carvalho
12-03-2010
Ponta Delgada

domingo, 7 de março de 2010

Algumas dúvidas que permanecem

Ainda me faz alguma confusão;
ainda me questiono como
me esqueceste tão rápido,
e principalmente, como me substituíste tão rápido!
Sim, também já te esqueci,
mas eu fui levada a isso,
tu forçaste-me a isso.
Quem mais falou de amor
foi quem deixou de amar com mais facilidade.
Se pensar agora sobre todas as tuas palavras,
nenhuma delas foi verdadeira ou real.
Tu não sentiste aquilo que disseste,
lamento, não por mim, porque em algum momento,
vou ser amada, vou voltar a amar.
Lamento por ti, que ainda não sabes,
ainda não compreendes o sentido real,
do que é dizer a alguém, amo-te!
Não o digas mais, porque tu não sabes o que é isso,
não tornes banal um sentimento tão poderoso,
como é o amor.
Aprende a crescer interiormente,
nada te serve aumentar os anos,
ter 20 ou ter 21 ou ter mais,
se não cresceres por dentro,
se não aprenderes a amar de verdade!


Alexandra Carvalho
07-03-2010
Ponta Delgada

segunda-feira, 1 de março de 2010

Subitamente...aliviada

Tinha tanto medo,
de algo que acabou por ser tão simples.
Deixaste de ter qualquer efeito no meu coração
e na minha mente.
Sinto-me leve, um peso enorme de mágoa e ressentimento,
deixou simplesmente de existir.
Não representas mais nada.
Olhei para ti e eras alguém que estava ali,
um perfeito desconhecido, a quem eu achei que amava.
Não era amor, nem tão pouco paixão.
Foste uma passagem, algo provisório
que me preencheu na solidão.


Alexandra Carvalho
01-03-2010
Ponta Delgada

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pela Madeira

Ainda acho tudo isto estranho, ainda me faz confusão que de um momento a outro, grande parte do que conheço desde sempre, simplesmente tenha desaparecido.
A tristeza invade cada casa, cada pessoa, cada alma. A tristeza da perda de pessoas que gostamos, que conhecemos, a perda dos locais a que já estávamos habituados a ver e a estar.
Mas tudo isso, terá que ser deixado nas memórias, nas recordações infelizes.
É preciso continuar, amanhã é outro dia! E o amanhã vai ser melhor,
porque estamos todos juntos para que isso aconteça.
Não pode ser a tragédia nem a destruição a se destacar, mas sim, a humildade, a união e a solidariedade, de um país unificado. Não existe agora continente, nem ilhas, existe sim um país que uniu forças para ajudar a reconstruír uma das suas partes, uma parte de um todo.
Acima de tudo, somos portugueses.

© Alexandra Carvalho

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Início/Fim

Por algum motivo
Não me apeteceu calar;
Não me apeteceu esquecer nem tão pouco
Te descartar das minhas memórias.
Se antes o silêncio me reconfortava
Agora deixou de o fazer…
Há certas coisas que ainda não percebo.
Esta insatisfação humana e existencial
Que me confronta a cada minuto,
A cada momento que vivo.
Onde estará o que eu preciso?
Estou livre e é como se estivesse presa,
É uma liberdade corrompida, falsa, indesejada.
Perco-me nos meus devaneios nocturnos,
Nos meus pensamentos obscuros,
Nos meus sonhos que não se realizam…
E os meus olhos fecham
E amanhã é outro dia,
Nada é igual ao dia anterior,
Ou tudo é igual…
O mar continua ali;
As montanhas continuam atrás das minhas costas;
As pessoas são as mesmas;
Os sorrisos disfarçados permanecem,
E cá dentro tudo mudou…
Não te quero mais mas penso em ti.
Quero a minha antiga paz;
Quero o meu antigo coração renovado.
Tudo aquilo que levaste contigo,
Aos poucos, começa a voltar para mim.
As palavras deixaram de fazer sentido,
Deixaram de ter força em ti.
O fim começou agora.

Alexandra Carvalho
15-02-2010
Ponta Delgada

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Hipocrisia

Como sempre, costumo estar atenta ao comportamento das pessoas que me rodeiam, e isso, acaba por me mostrar o melhor e pior de cada ser humano que observo.
Perfeitos não somos, mas podemos ser melhores. Não há necessidade de fazer sorrisos forçados nem conversas sem vontade.
Se existe alguém por quem temos empatia, também existe alguém que nem gostamos, sequer, de encontrar na rua, e somos todos assim, toda a gente vivencia estes sentimentos.
Então, dou comigo a pensar porque para uns existe a vontade e o cinismo de sorrir para quem não lhes diz nada. Não são obrigados a isso.
Acaba por ser melhor descartar simplesmente aquela pessoa e não sermos hipócritas em manter uma relação cordial de fachada. Não me parece correcto nem tão pouco ético, ético no sentido humanitário, social, algo por aí.
Costumo dizer que vivo no meu mundo e só em alguns momentos partilho do mesmo mundo que os restantes mortais. Não é assim tão surreal como possam achar, enquanto estiver entre as quatro paredes do meu pequeno mundo, não tenho de ver nem de sentir a pequenez de carácter de muita gente que por aí anda. Acaba por ser compreensível, opto por uma forma de fuga mas que ao mesmo tempo me trás segurança. Não gosto de estar envolvida em conflitos menores, em causas inexistentes, em problemas que nem são problemas. Quando é para dar a cara então que seja por uma causa real.
Não custa nada reflectir um pouco sobre as nossas atitudes, não vale a pena ir pelo caminho da hipocrisia e do cinismo.
O que interessa é deitarmo-nos à noite e ter a consciência tranquila porque não passamos por cima de ninguém, porque não tivemos o desejo de humilhar pela calada quem esteve perto de nós durante aquele dia.
Vivam a vida de uma forma correcta, sensata e feliz.

© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O início da despedida

De repente, surgiu uma vontade louca de viver;
uma vontade desmedida de ser feliz.
Ontem o meu olhar encontrou o teu
e isso fez-me reviver aquele momento,
o momento da nossa despedida não desejada.
A raiva e a revolta decidiram me mostrar
que estavam ali, que continuavam ali a tentar me torturar ainda mais.
Mas deixei de as aceitar nos meus dias,
deixei de as querer...
Por vezes, dou comigo a olhar para mim,
a tentar me buscar do lugar sombrio onde me deixei ficar.
É recorrente, volto à terra e à realidade num momento,
e em outro estou novamente na cidade da escuridão e do nada.
Não deixei de te amar ainda,
mas estou a aprender a viver sem ti,
a acordar e não ter notícias tuas,
a me deitar sem o aconchego da tua voz ou das tuas mensagens.
E tudo na vida é assim,
as perdas não se esquecem, ninguém desaparece para sempre da nossa vida,
mas aprendemos a existir com a ausência.
Voltarei a amar,
como em todas as outras vezes,
mas não procuro um amor tão cedo.
Na meu despreendimento emocional,
desejo que seja o amor,
um amor real e verdadeiro,
que me encontre, onde eu estiver, na altura certa.

Alexandra Carvalho
03-02-2010
Ponta Delgada

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na noite

Durante a noite tudo fica mais difícil,
sinto o meu coração apertado,
sinto vontade de fugir,
para qualquer sítio,
para onde não me conheçam,
para onde nada me faça lembrar do passado.
Já tenho medo das palavras que escrevo,
sinto-me tentada a escrever para ti e não quero.
Já perdi tempo demais
com um sentimento que nem sei se existiu alguma vez.
O ser humano é assim,
cria expectativas onde e em quem não deve criar.
Eu sou um simples ser humano.

Alexandra Carvalho
27-01-2010
Ponta Delgada

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poesia

Naquela solidão que não existe;
Naquela diferença que me separa do mundo
Procuro o meu espaço
E tento me definir…
As palavras tornam-se ridículas
Quando as usamos para definir
A essência do nosso eu…
Escrevo porque o meu coração
Pede, suplica que o faça
E a minha mão obedece…
Não sei se procuro o amor
Ou uma razão que me mostre
O porquê de viver…
Vivo entre dilemas,
Questões que me ultrapassam,
Tento justificar aquilo que não compreendo,
Aquilo que me dói sem razão…
Sou diferente, somos, humanos,
Todos diferentes…?
Sinto-me em mim e ao mesmo tempo não!
Olho para mim e nem sempre sei como sou…
Palavras, sentimentos, ilusões,
Medos, poesia e tudo se resume,
a poesia…

Alexandra Carvalho
09-10-08
Ponta Delgada

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Olá a todos

Senti necessidade de partilhar alguns dos meus desabafos, escrevo há muitos anos, muitos de vós com certeza já leram os meus poemas, os meus escritos íntimos, outros não.

Sendo assim, esta será a forma em que me darei a conhecer um bocadinho mais.


Um beijo,
Alexandra

Um mal menor

Controlo as minhas lágrimas
A cada momento que passa,
Tento esquecer o vazio
Que a tua ausência me provocou…
Queres amizade?! Como?
E onde fica o amor?
Não posso renegá-lo por algo que não quero.
Não acredito nessas tuas justificações
Disfarçadas de verdade,
É algo maior do que isso…
Não foi o medo de me magoar
Que te fez me deixar para trás,
Se assim fosse, não me magoarias desta forma,
Não me arrancarias o coração,
Deixando apenas a solidão e a dor.
A tua falta de amor é que te
Incentivou a isto, a tua pequenez de sentimentos.
A tua imaturidade própria e real
Custou-me a felicidade, numa altura,
Em que apenas tu me fazias feliz;
Apenas tu me proporcionavas paz…
E sei que esta dor durará para sempre,
Sei que jamais aceitarei a perda,
Porque é sempre assim,
Porque até agora não esqueci as desilusões
Do passado, estão sempre comigo.
Sempre fui uma mulher de
Grandes paixões, de grandes amores…
E isso, inevitavelmente, atraiu todos
Os tipos de desilusões, de mágoas, de dor,
De solidão e principalmente, o vazio…
Então, não sei quem é o culpado do meu sofrimento,
Se tu, que o provocaste, ou se eu, que deixei que o fizesses…
Continuo a controlar as lágrimas,
E em cada dia que acordo, não sei bem quem sou,
Esqueço-me de mim, para conseguir viver,
Para conseguir aguentar aquelas horas
Que faltam até à noite…
Só descanso quando durmo, apago-me
Durante a noite e é como se nada
Tivesse acontecido, é como se o teu amor
Ainda existisse, a tua presença ainda fizesse parte
Dos meus dias e das minhas noites.
Não sei ainda se te conseguirei perdoar,
O coração que deixaste em lugar do outro,
Ainda não me deixa saber se o farei;
Ainda não me deixa saber se conseguirei
Dar-te o perdão que precisas…
O tal mal menor tornou-se
No pior dos males… o vazio!

Alexandra Carvalho
24-01-2010
Ponta Delgada