terça-feira, 27 de março de 2012

Estrada


Não sei se sinto
Ou apenas desejo…
Ambiciono tanto,
Mais do que talvez seja permitido
Ambicionar…
Tento ouvir-me,
Grito alto para a vida
Não abafar a minha voz.
Não sei se é o mundo
Que não me ouve,
Ou eu própria que não sei gritar.
Deixo-me corromper
Por desejos impossíveis,
Ocultos, ousados.
Perco-me no meio deles,
Sempre me perco,
Ou talvez não.
Nasci sem rumo, sem metas,
Sem destino…
Todos os dias caminho
Para algum lugar,
Só não sei para onde.

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mudança à vista


Não consegui fazer mais nada,
Senão olhar fixamente para
As minhas mãos,
Eram elas que quase sempre
Me auxiliavam,
Me ajudavam na partilha
De mim própria,
Para o mundo,
Para os outros…
Respiração ofegante,
Coração ansioso,
Eu queria muito mais do que isto.
Não estou com medo,
Mas algo se avizinha,
Sinto-o tão intimamente,
Como sinto o meu respirar.
Algo se avizinha;
Algo vai mudar…

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 9 de março de 2012

Entra

Se decidires entrar por

Essa porta, não te acanhes,

Não te escondas entre

As cortinas deste quarto.

Quem te espera,

Conhece-te tanto, mais do

Que podes imaginar.

Tranca o medo e sorri,

Já to disse, não te acanhes.

Não te esperei apenas agora.

Esperei por ti sempre.

E sempre é tudo.

Entra…

sábado, 3 de março de 2012

Confusões, dissertações e outras coisas mais


Não é novamente por aí,
A porta não se abriu,
Intrinsecamente já a via aberta,
Mas eram apenas sonhos…
Aquela pequena janela
Continua semiaberta,
É capaz de estar à minha espera,
Que eu tome coragem de a escancarar.
A coragem que eu não sei se tenho;
A vontade que nem sei se há em mim.
Os sonhos não me deixam,
Atormentam-me todas as noites,
Mas na firmeza do dia,
Nada se transforma…
Que quero afinal?
Que sonhos são esses?
Que ser inanimado me corrompe?
Na minha pele morena
Transpiram ilusões e objectivos;
No meu coração insaciável
Habitam desilusões e lágrimas,
Mas na minha mente,
Há mais do que isso,
Há o desejo de viver…
Não posso apagar o passado,
Mas posso libertar
A minha pele e o meu coração
E aprender a saborear a vida.