domingo, 29 de julho de 2012

exclusivamente para ti


https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography

Apetece-me escrever para ti, ou se calhar, não particularmente para ti, mas sinto vontade que os teus olhos enxerguem estas palavras, mais cedo ou mais tarde.
Hoje, não me sinto, deveras, apaixonada, a ausência tem as suas circunstâncias, numa altura pode aproximar dois corações e noutra, afastá-los, num processo rápido e eficaz.
Todavia, amo-te, e isso, como bem deves saber, é um estado diferente da paixão.
Não me ocorre agora, pensamentos carnais, toques extremamente físicos. Preciso agora de saciar o meu amor e não a paixão.
Preciso do olhar fiel que me invade indiscretamente; preciso das palavras de afecto, do toque melodioso e sereno, que percorre o meu corpo todo.
Indubitavelmente, não me sinto amada como queria ser, o meu conceito de amor tem uma fasquia altíssima, e sinto, que me deixo corromper por ela.
Encontra-me!
E se, genuinamente, o desejares, salva-me!

© Alexandra Carvalho

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Intermitência


O olhar é baço,
O sorriso intermitente,
As pernas oscilam,
O resto do corpo acompanha.
Entre nuvens e sol,
A vida continua…
O calor fervilha na pele,
Toda a energia se esgota.
Esgota-se e renova-se.
E renovar-se-á quando?

© Alexandra Carvalho

sábado, 21 de julho de 2012

Chamas


A chama continuava acesa,
E as labaredas formavam
Um imaginário vulcão agitado.
O coração doía,
O futuro era incerto…
Ninguém nasce preparado
Para as perdas que a vida impõe.
Não eram apenas
Coisas que se perdiam,
Eram emoções, sentimentos,
E são estes que melhor definem
A vida…

© Alexandra Carvalho

domingo, 15 de julho de 2012

Uma carta diferente


Poderia dizer aquelas palavras normais e banais dos aniversários, mas sabes que seria incapaz de o fazer… jamais um poeta usa as palavras dos outros para dizer o que pretende, usa as suas, cria até algumas novas, se for necessário…
Também poderia falar de ti, do que representas para mim, mas também não o vou fazer…vou antes falar de mim…dar-me a conhecer… talvez percebas o porquê…
Que sou insatisfeita, toda a gente que me é próxima sabe, não é de todo novidade…
Tentarei ser breve, não me apetece ser enfadonha, nem para ti, nem para mim…
Tudo isto que estou a viver contigo, é de certa forma, uma novidade…
Dizer-te que a partir do momento que entraste na minha vida estive sempre feliz, seria uma mentira… nem sempre estou feliz… nem sempre me lembro de ti… mas a verdade é que esta sou eu… nada me faz feliz por muito tempo… encontro nas coisas boas, coisas más, e valorizo-as mais do que devia…
É fácil tornar o bom no mau, não sei porque o faço, quando dou por mim, saliento os defeitos e esqueço das qualidades, das virtudes, de quem passa por mim…
Mas apesar disso, sinto intimamente, que és aquilo que eu preciso, és o elo de ligação para o mundo normal, para a vida comum dos seres terráqueos…
Não direi que é fácil gostar de mim, não é, de todo… quando esperares algo de mim, é quando não o vou fazer, e sem estares à espera, dar-te-ei mais do que aquilo que pensavas que eu fosse capaz de dar…
Apago-me muitas vezes, desligo-me das emoções, da realidade, pouca coisa interessa… talvez olhe apenas para mim, tento buscar-me, dos lugares onde vou-me deixando ficar… nem sempre me perco por opção… é simplesmente assim…
Se conseguires olhar para dentro de mim, e entenderes, mais do que aquilo que eu te mostro… talvez consigas ter-me…para sempre…

© Alexandra Carvalho

terça-feira, 10 de julho de 2012

Mistério


Não consigo sequer ver a rosa,
O jardim tornou-se
Um mistério para os meus olhos.
Não os fechei,
Mas isolei-me das cores
Que fazem a vida.
O belo nem sempre o é,
O feio também não.
A verdade, é que eu vejo
Apenas o que quero ver,
E o resto, fantasio!
As rosas não me chamam
À atenção,
E o jardim,
Continua a ser
Um mistério para os meus olhos.

© Alexandra Carvalho

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Devaneio emocional


Estou deveras triste,
Nostálgica…
Amargurada sem razão para o estar…
Talvez procure a incerteza;
Talvez sinta falta
Da dúvida e da insegurança…
Do mundo às avessas,
Da irrealidade cativante
E sedutora…
Ah…
Não me apetece dizer nada,
Apenas sentir o silêncio,
Que me invade o corpo,
A alma… ah, a alma!
Estranho-me a mim própria…
Do nada desvaneço,
E depois penso em ti,
Na ausência, na solidão,
Na falta que nunca quis sentir…
No que me provocas…
Sinto-te na minha pele,
Nos meus ossos, nas minhas veias…
Que estranheza é
Deixar-me consumir assim…
Passou…
Voltei a mim…!

© Alexandra Carvalho

sábado, 7 de julho de 2012

Disfarce


Disfarcei-me de um ser
Que há muito desejava conhecer
Transformei-me naquela criatura normal,
Idêntica a tantas outras…
Mas quem era aquela? Não era eu…
Apagada, simples, banal…
Não era eu…
E jamais quero voltar a sê-lo…
Refugiei-me erradamente
Numa tranquilidade que me era favorável,
E no fim, estava corrompida, insatisfeita, irreal…
Não voltarei a disfarçar-me…

© Alexandra Carvalho

domingo, 1 de julho de 2012

Tomás...

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography

Acho que te terei visto passar por aí, esbarramos sob vários olhares esguios.
Lembro do teu jeito baralhado, confuso, um tanto ou quanto envergonhado.
E agora, fixas-me. Ordenas aos teus olhos que não tenham medo, queres alcançar-me de uma forma ou de outra.
No mesmo momento em que me arrebato por ti, fujo tão apressadamente.
Não sei se fugirei de ti ou de mim. Provavelmente, fujo daquilo que tencionas dar-me, dos sentimentos que almejas provocar em mim.
Tomás, quem és tu afinal?
Não me atraias tão sofregamente, quando mal me conheces.
Não é o meu sorriso que me define, não venhas atrás dele. É o olhar, e só a ele precisas estar atento. Dedica as tuas horas a isso, e quando for o momento certo, fugirás de mim ou amar-me-ás eternamente.

© Alexandra Carvalho