quinta-feira, 30 de julho de 2015

Considerações sobre mim própria

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography?fref=photo
Costumo dizer que sou uma pessoa sorridente, mas estou longe de ser uma pessoa fácil.
Acho que trago em mim demasiada insatisfação. Pouca gente me preenche, poucas coisas também.
No outro dia um amigo do meu pai dizia-me assim, uma rapariga bonita e não se casa. Está mal.
Não me parece que esteja mal.
Se me perguntarem se sinto falta disso, de um marido, de filhos? A resposta é rápida e clara, não.
Tenho dúvidas que exista alguém que mate parte da minha insatisfação, tenho sérias dúvidas que alguém me perceba, me veja como realmente sou.
Mas a culpa é minha. Não me dou.
O padrão não me diz nada, olho em volta, para estes casais, estas famílias, e sinto que jamais me encaixaria naquele perfil.
É uma decadência espiritual tão grande, que me atordoa.
Eles não mostram quem são, e elas subjugam-se ao que supostamente eles querem que elas sejam. Há maior decadência humana e espiritual do que esta? Não creio. E não quero para mim.
Tenho 31 anos, não sei se ficarei sozinha, se inusitadamente, aparecerá um homem que olhe para mim e veja tudo, pela primeira vez, corpo e alma. E que mesmo vendo, queira ficar, não tenha medo de ficar.
Até lá, a vida segue.


© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Invasões

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography?fref=photo
As memórias invadem-me a mente,
Silenciosas, intimidantes, atrozes.
Num ápice, ouço vozes,
Umas que chamam à atenção,
Outras, que me libertam.
Fiz apenas o que me apetecia fazer,
Lá atrás, não agora.
E é lá atrás que elas precisam ficar,
No passado, aonde pertencem.
Deixo-as lá, não apago.
Noutro dia, voltarão,
Menos intimidantes, atrozes e silenciosas.


©Alexandra Carvalho