sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Não sou mais do que um mero peão,
numa estrada difícil de circular.
As esquinas estão em todo o lado e
as lombas fazem-se sentir a cada metro.
Este peão está cansado.


© Alexandra Carvalho

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Amanhã será sempre outro dia

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography/
Desengane-se quem tem a ideia extremamente oblíqua de que apenas as mulheres sofrem à mercê de relacionamentos sugadores de energia. Não passa disso mesmo, de uma ideia totalmente errada.
Olhando transversalmente para a nossa sociedade, os casos gritantes envolvem sempre mulheres. Mulheres subjugadas, descrentes da felicidade, descrentes da vida.
Mas também os há no sexo masculino.
Assim de repente, surge no meu campo de visão, um homem vítima de um relacionamento dominador e acima de tudo manipulador.
Fui observando aos poucos, o comportamento dele e dela, como mera espectadora mas com o olhar atento de uma profissional da área social.
Se na mulher, muitas vezes, a submissão prende-se com motivos financeiros, com o medo da solidão, o desamparo, com o não saber que fazer com o espaço que resta depois de aquela pessoa sair da sua vida. No homem, é puramente emocional.
As mulheres sabem sempre que relacionamento estão a viver, mas falta-lhes a força para escrever o ponto final.
Habituamo-nos a uma imagem quase sagrada do homem másculo, forte, que pouca coisa lhe afecta, que ama mas não se subjuga a mulher alguma.
Como essa visão está tão descabida no nosso mundo real.
Na minha observação informal, vejo um homem submisso, que já não ama, mas não sabe discernir o que é habituação de amor. Um homem manipulado, por uma mulher que sabe isso, e usa a seu favor, mantendo-o preso numa rédea tão curta que o impede de pensar, reflectir sobre a falta de felicidade na sua vidinha, que não o satisfaz.
As discussões são recorrentes, o cansaço emocional é característica intrínseca do dia-a-dia, ele já não sabe o que é acordar em paz. Já não sabe o que é sorrir genuinamente.
Olha em volta, para os sorrisos que se abrem para ele e por momentos, deseja que um desses sorrisos seja o dele, ou para ele, apenas para ele.
Mas a noite chega, e por momentos, no silêncio do seu quarto, vê que não é feliz.
Não importa, amanhã é outro dia. Outro dia de desgaste emocional, de novos sorrisos que se abrem e à noite, voltará a pensar sobre a sua infelicidade.
Amanhã será sempre outro dia.



©Alexandra Carvalho