terça-feira, 15 de novembro de 2011

O SABOR DA MORTE (Parte 1)

Não sei ao certo qual a data, qual a hora da sua morte, sei apenas que Tiago Fonseca não morreu por morte natural mas sim por homicídio. Apesar de afirmar com toda a determinação este facto, não sou testemunha, nem tão pouco fui eu a ver primeiro o cadáver estendido na sala da casa onde vivia.
Ele vivia só, tinha poucos amigos e bastantes inimigos, mas seriam eles capazes de cometer tal crime? Não me parece!
Tiago era jornalista, um famoso jornalista, possuía alguns empreendimentos de comunicação social na ilha onde havia nascido, a Madeira, nomeadamente rádios, jornais e uma data de revistas de carácter geral e específico, diga-se de passagem que era um homem bem-sucedido na vida, conhecido entre os vários estratos sociais, o que não é de todo difícil, porque a Madeira é uma ilha pequena.
Já há alguns anos que não exercia a sua profissão, os seus empreendimentos ocupavam a maior parte do seu tempo, acabou por deixar de lado o jornalismo, agora era talvez, empresário, sei lá, qualquer coisa de importante. Os inimigos que tinha eram do mesmo ramo, logo, a inimizade existente era pura e simplesmente por causa de vendas e audiências, não acredito que algum deles fosse capaz de matar por isso, até porque a maior parte destes rivais tinham dignidade e inteligência suficientes para não cometer tal estupidez. Tiago fazia parte de uma classe social alta, assassiná-lo era sinónimo de escândalo e investigação.
Este homicídio tem muito a desvendar, provavelmente o assassino é alguém que ninguém põe em causa. Eu também não sei, nem vou fazer nada para descobrir. A polícia existe, os detectives privados também, que façam o seu trabalho e um dia saberão quem matou Tiago Fonseca, o rei madeirense da comunicação social.

© Alexandra Carvalho



Sem comentários:

Enviar um comentário