quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Assistente Social: fardo ou vocação?


Ando para aqui rodeada de questões, maioritariamente, profissionais.
Porquê Serviço Social?
Talvez consiga encontrar uma vastidão de argumentos para justificar a minha escolha, mas ainda assim, tudo permaneceria igual.
Se estou cansada? Sim, de facto, estou.
Cansada da procura, da falta de respostas, cansada de não estar a trabalhar. Tudo se resume a isso. A Falta de Trabalho.
Mas sim, questiono-me na mesma! Porquê Serviço Social? Talvez, pudesse ter percorrido outro caminho, outro curso superior que talvez já me tivesse aberto as portas. Mas tudo isto não passa de um simples talvez.
Não escolhi esta área profissional por mero acaso, para preencher todos os espacinhos do ingresso ao ensino superior, mas, muitos o terão feito.
Não foi de todo o meu caso. Ambicionava um trajecto na área social, muito antes do final do secundário.
Jamais pensei neste curso por puro assistencialismo, filantropia.
Pensei, primariamente, que o meu sentido aguçado de justiça, era necessário num país, que muitas vezes está privado dele.
Ingenuamente, acreditei que pudesse fazer alguma diferença, encontrar respostas para aqueles que apenas conseguem fazer perguntas. Dar visibilidade àqueles que, na maior partes das vezes, estão atrás de todas as luzes.
Lutar contra o que não está certo.
Todavia, depois de tanto tempo, em que nem portas nem janelas se abrem, surge a frustração, mas não só, surge também a descrença, e esse sentimento, acaba por ser fulcral na minha visão do país, onde nasci, onde estudei, onde vivenciei todas as minhas aprendizagens e onde pretendia viver para sempre.
A resposta, é por causa da crise, deixou há muito de fazer sentido. Cedo me apercebi, que muitos postos de trabalho são ocupados por vias duvidosas, favores, compadrios, partidos políticos.
E o resultado disto, é a falta de profissionalismo que por aqui anda, mas o país permitiu que assim fosse.
Quem sou eu para dizer que isso está errado?
As oportunidades têm de ser dadas a todos por igual, não podem existir favorecimentos.
Isso, efectivamente, não é Democracia e muito menos é, Justiça.

© Alexandra Carvalho

3 comentários:

  1. Que é isto?!
    Tás pior do que eu pá :p
    Tens de ter calma.
    Para o próximo mês estarei na nossa terra.
    Entrarei desta vez em contacto ;)
    Beijos e força

    A. Castro

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  2. É o país que temos com as pessoas que somos.
    Ninguém arranja trabalho. As excepções confirmam a regra.
    Aconselho-te a que faças alguma formação ou curso pós graduação de modo, a fazer a diferença... procura que vais encontrar.
    Alexandra, querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  3. Pois é, qual democracia?
    Crise ou não continua a ser a terra das "cunhas", mas, quem sabe se o caminho não é outro?
    Beijinhos

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