quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amarras


Não são essas palavras
Que me comovem;
Não é o teu sorriso
Que me faz desejar corresponder.
Se outrora significaste algo,
Agora, nem tão pouco és,
Uma miragem do passado.
São poucos os sorrisos
Que perduram na minha memória;
São poucos os momentos
Que tenho vontade de relembrar.
Já não há espaço,
Guardei apenas quem deveria guardar.
Não os quero substituir,
Mas gostava que o meu coração
Se permitisse expandir…
De resto, mantenho-me presa
Ao passado, aos sonhos,
Que já não cabem nesta vida;
Às gargalhadas que dei;
Aos olhares ousados,
A uma vida que acabou,
E que apenas queria que ainda existisse.

© Alexandra Carvalho

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