De ano para ano, tentamos não levar bagagem, ou pelo menos tentamos só levar para o ano novo a bagagem que interessa.
Sabemos todos que não funciona assim.
Nós somos a soma das nossas vivências, das pessoas que se relacionaram connosco, dos sentimentos despertados, das emoções vividas.
Nós somos tudo isso. O mais sensato é aceitar, é entender.
Com o aproximar do final do ano, pensamos um bocadinho mais sobre estes assuntos, mas é ao longo do ano que trabalhamos em nós próprios, nas nossas conclusões, nas nossas decisões.
Dizer que esperamos ter um ano novo assim, com isto e aquilo, não é sinónimo de nada, se por dentro ainda somos os mesmos seres humanos. Aquele ser humano que ainda não aprendeu a conhecer-se, e que nem tenciona evoluir.
Porque aquele ano, e todos os outros, vão trazer situações idênticas se nós não rompermos padrões.
E caramba, como tenho aprendido este ano a quebrar padrões.
E que difícil é!
Difícil e gratificante.
A cada padrão compreendido e quebrado a vida trouxe logo algo melhor.
Nem todas as amizades vão sobreviver, mas é mesmo assim. Estamos cá para vivenciar ciclos, e se num ciclo, aquela pessoa fazia sentido na nossa vida, e nós na dela, no próximo, poderá não fazer.
Desapego e amor incondicional.
O que mais aprendi este ano.
Os eventos foram sucedendo gradualmente, nuns momentos foi mais doloroso, noutros nem tanto. Fui caminhando com as lições e fui evoluindo.
A cada passo tento ser a melhor versão de mim. A melhor, naquela circunstância, naquela ocasião.
Aprendi a olhar para as minhas fraquezas, como sendo forças. Ao compreender isso, foi mais fácil criar mecanismos para ser uma pessoa melhor.
Não traço metas para o próximo ano. A vida sabe o que é melhor para mim.
Vou confiar.
© Alexandra Carvalho
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