segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Início/Fim

Por algum motivo
Não me apeteceu calar;
Não me apeteceu esquecer nem tão pouco
Te descartar das minhas memórias.
Se antes o silêncio me reconfortava
Agora deixou de o fazer…
Há certas coisas que ainda não percebo.
Esta insatisfação humana e existencial
Que me confronta a cada minuto,
A cada momento que vivo.
Onde estará o que eu preciso?
Estou livre e é como se estivesse presa,
É uma liberdade corrompida, falsa, indesejada.
Perco-me nos meus devaneios nocturnos,
Nos meus pensamentos obscuros,
Nos meus sonhos que não se realizam…
E os meus olhos fecham
E amanhã é outro dia,
Nada é igual ao dia anterior,
Ou tudo é igual…
O mar continua ali;
As montanhas continuam atrás das minhas costas;
As pessoas são as mesmas;
Os sorrisos disfarçados permanecem,
E cá dentro tudo mudou…
Não te quero mais mas penso em ti.
Quero a minha antiga paz;
Quero o meu antigo coração renovado.
Tudo aquilo que levaste contigo,
Aos poucos, começa a voltar para mim.
As palavras deixaram de fazer sentido,
Deixaram de ter força em ti.
O fim começou agora.

Alexandra Carvalho
15-02-2010
Ponta Delgada

4 comentários:

  1. Escreves muito bem. Gostei muito deste poema. Continua.

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  2. Adoro tudo o q escreves... tens sentimento e consegues transmiti-lo!

    Helena

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  3. Mais uma vez um grande poema.

    Estou atenta.

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  4. Xaninha sempre no seu melhor!!Os teus poemas sao muito teus, mas mexe com qualquer um... é impossível ficar indiferente aos teus poemas, n sentir o que eles nos querem transmitir... Divinal amiga, sem duvida que a poesia é um dom que tu tens...

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