segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Apego

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Quando o meu olhar desvia para o passado, a tua presença assume-se uma constante. Uma existência que me desarma, que me atordoa.
Mas a tua presença não me é benéfica, não me favorece, pelo contrário, consome-me a energia que tantas vezes, por si só, já é oscilante.
Tenho dificuldade em desapegar-me de ti, por tudo aquilo que partilhamos juntos, e que eventualmente, poderíamos voltar a partilhar.
Todavia, pela primeira vez, a minha consciência tomou o seu lugar de direito e alertou-me, tu não és aquilo que eu quero para esta vida.
Quando olho lá para trás, para além da intensidade dos momentos que vivenciamos, há uma panóplia de tristeza, dor, dúvida e solidão.
Não há intensidade que valha uma vida carregada de incertezas.
Não vou dizer que amanhã passarás a ser uma figura do passado, mas posso sim dizer, que hoje entendi que preciso deixar-te, e que amanhã continuarei o processo de desapego.
Tenho saudades tuas e amanhã, as saudades serão as mesmas, até que acabarão, silenciosamente.
E só aí, estarei livre.


© Alexandra Carvalho

1 comentário:

  1. Minha cara amiga,se for para esquecer, vai esquecer, mas senão, continuará à espera que tudo dê certo.
    Gostei muito das suas palavras.

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