segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Poucas palavras há a dizer,
pareço gostar de estar em silêncio.
Faz-me bem, pelo menos.
Por ora, a poesia reconforta-me.
Lembra-me quem sou.
Isolo-me não raras vezes,
o mundo confunde-me,
e apenas a caneta e o papel me trazem de novo à realidade.
Não sei muita coisa,
mas esta sociedade parece estar a enganar-se a si própria.
Todos parecem caminhar para o lugar errado,
mas talvez, já seja eu a divagar.
Remeto-me novamente ao meu silêncio,
às paredes silenciosas do meu quarto,
às ondas que vão e vêm, no mar aqui ao lado.
Basta-me isso, ou talvez, desejo que apenas isso baste.

Alexandra Carvalho

6 comentários:

  1. por vezes o silencio diz-nos muito, mas, não te feches no silêncio, lá fora, ainda que imperfeito, há um mundo que espera por ti.

    um beijo

    :)

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  2. Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.
    ~Albert Einstein

    Cumprimentos

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  3. Também acho que estamos a caminhar para o lugar errado.
    Mas, para alterar este suicídio colectivo, só destituir o comandante...
    Gostei do teu poema, é magnífico.
    Alexandra, tem uma boa semana.
    Beijo.

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  4. O Palco do Inglês, ou sobre visões e avistadores.

    "O Mundo é um palco!", como dizia o Inglês. Quão certo estava ele... Um palco horrendo, assustador e hipócrita onde não só os actores mas principalmente a assistência se esforçam para que o espetáculo decorra com a devida normalidade. Um palco que contamina tudo com a Mentira, a Hipocrisia, a Violência e o Medo. Um palco omnipresente, opressivo e quotidiano.
    Nas margens deste palco e da assistência (rodeando-os...) estão os Leprosos - os tais Leprosos de Cristo, São Francisco de Assis e Frei Dolcino de Novara. Poder-se-á imaginar que, estando á margem, vivem felizes e livres do contágio. Puro engano: é precisamente sobre essas margens - os Leprosos - que se faz sentir quase todo o poder da Mentira, da Hipocrisia, da Violência e do Medo. Estando á margem, não assistem nem participam no espetáculo... Mas é-lhes cobrada entrada. Não aplaudem nem apupam... Mas estão obrigados, sob ameaça de pesadas sanções, a cumprirem com as regras do teatro.
    Compreendo bem a vertiginosa atracção que uns poucos - raríssimos mas não Leprosos - sentem por essas margens. Não são estas imagens cuidadosamente romanceadas em cena, libidinosas, desrregradas e recheadas de prazeres que os atraem; nem sequer a cena que agora mostra os horrores da Fome, da Morte, da Guerra e da Tortura - a Tortura que, mais que o Amor, a Paixão e tudo o resto, excita o Homem. Não.
    Estes poucos estão bem cientes dessas margens - porque as vêm - e sentem, horrorizados, toda a hipocrisia do espetáculo a que assistem. E a vertigem que os assalta, de forma avassaladora e quase irresistível, é a de que os Leprosos, sem que nada o faça prever e de um só movimento, virem as costas ao espetáculo...

    João Ricardo França, 7/12/2013

    Bonito poema. Bom natal, Alexandra.

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  5. Alexandra, paraste o teu blogue?
    Espero que esteja tudo bem contigo.
    Um bom ano.
    Beijos, querida amiga.

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