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Apetece-me escrever para ti, ou se calhar, não
particularmente para ti, mas sinto vontade que os teus olhos enxerguem estas
palavras, mais cedo ou mais tarde.
Hoje, não me sinto, deveras, apaixonada, a ausência tem as
suas circunstâncias, numa altura pode aproximar dois corações e noutra,
afastá-los, num processo rápido e eficaz.
Todavia, amo-te, e isso, como bem deves saber, é um estado
diferente da paixão.
Não me ocorre agora, pensamentos carnais, toques
extremamente físicos. Preciso agora de saciar o meu amor e não a paixão.
Preciso do olhar fiel que me invade indiscretamente; preciso
das palavras de afecto, do toque melodioso e sereno, que percorre o meu corpo
todo.
Indubitavelmente, não me sinto amada como queria ser, o meu
conceito de amor tem uma fasquia altíssima, e sinto, que me deixo corromper por
ela.
Encontra-me!
E se, genuinamente, o desejares, salva-me!
© Alexandra Carvalho
© Alexandra Carvalho