sábado, 12 de março de 2011

Protesto “Geração à Rasca” no Funchal

Segundo parece participaram neste protesto 200 a 300 pessoas, e isto indigna-me imenso. Eu estava lá, nem sei se o número atinge as 200 pessoas muito menos 300, e muito menos ainda, que a sua grande maioria fossem jovens, porque na verdade não eram.
Mas sim, fiquei indignada, não pelo cálculo erróneo que passou nos meios de comunicação mas sim pelo número em si.
Mas afinal, onde andam os jovens desempregados, onde andam os explorados, a geração dos 500€, os sem expectativas, os estudantes que terão um futuro bem pior que o nosso presente?
Sinto-me desiludida, insatisfeita e até tenho vergonha de viver na Madeira, de ser madeirense, quando surge uma oportunidade de os jovens se manifestarem, por eles, pelo seu futuro, por um país que dê resposta às suas expectativas, agora infundadas, e eles simplesmente, não aparecem.
Pelos vistos, a Madeira não está a passar pela mesma situação que o restante país? Será? Ou é o medo de dar a cara, de gritar “Basta”, estamos cansados da corrupção, do favoritismo, das cunhas… mas se assim é, jamais esta geração, a madeirense, conseguirá dar a volta.
Durante o protesto que se julgava ser apartidário, ouvia-se de um lado “Sócrates para a rua” e de outro “Sócrates e Jardim para a rua”, a mim pareceu-me um duelo de partidos, um duelo de jovens associados a partidos, e muito medo, muito medo de gritar.
É bom que não paremos por aqui, é bom que não nos acomodemos mais, é preciso lutar por uma sociedade mais equitativa, com igualdade de oportunidades, com mais justiça social.
Se vivemos numa democracia, como tanto se fala, não tenham medo de dar a cara.
E como diria Zeca Afonso, “O povo é quem mais ordena”.

© Alexandra Carvalho

3 comentários:

  1. Olá Alexandra,

    Fui também um dos participantes na manifestação, de desagrado pelo estado a que chegou este país, em colisão com todos os políticos que até hoje têm (des)governado e se governado, farto de tanta mentira e como tu, cansado de corrupção, favoritismos e cunhas.

    Tendo nascido nesta ilha e estando neste momento por cá, não podia deixar de me insurgir contra a apropriação partidária e para ser fiel aos princípios da manifestação, juntei a minha voz a todos aqueles que estão fartos de Jardins, Sócrates, Cavacos e outros que tais.
    Entendo também que Portugal não precisa de FMI, mas de novos políticos e novas políticas como aconteceu e está a acontecer na Islândia, que, vamos lá saber porquê, a comunicação social nem fala.

    Já dei uma vista de olhos genérica ao teu blog, li alguns poemas e dou-te os meus parabéns pelo excelente trabalho.

    Um grande abraço e tudo de bom para ti.

    Policarpo Nóbrega

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  2. Xana claro que há medo….
    Já alguém disse na TV “… reclamar? Para que?” ; “…os madeirenses querem e’ festinhas…” etc…
    Quem organiza a maior parte das festinhas? JSD…. De quem e’ de quem?… de quem o povo tem medo?… medo que tirem os doces e as chupetas?… enfim, bem sabes que tenho a mesma ideia e revolta que tu… mas olha…

    live life, keep smiling

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  3. Gostei e concordo plenamente com o que escreveste. Enquanto houver medos e favoritismos dificilmente haverá evolução...

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