Ontem passeei no meu arquivo morto, textos que deixei apenas no papel, por algum motivo, válido à época.
Encontrei um, em particular, do ano de 2016 em que tenho o meu coração todo despedaçado.
Agora olho para o momento, e percebo que a minha vida tinha outros caminhos mais sincronizados comigo, com a minha essência, para me oferecer. Mas, a minha maturidade de então, não permitia ver isso.
Dizer que já não sou aquela pessoa insatisfeita, que sempre fui, é falacioso, porque na verdade, não deixei de ser.
Aprendi, talvez, a amenizar desilusões, a não deixar que as expectativas tomem conta de mim.
Vou pelas marés, e apesar das oscilações próprias desse movimento, é mais fácil não cair, ou não ir parar ao abismo.
Já sei com o que conto. Tudo vai no alinhamento definido pelo Universo, ainda que às vezes, sinta que podia ser melhor. Que a vida ainda não me está a dar o que preciso, ou que ambiciono. Mas, será que não é um erro, pensar que o que eu quero é o que eu preciso, de facto?
As experiências têm-me mostrado que normalmente, o que precisamos é o oposto do que desejamos, mas ainda assim, esta alma humana, tem tendência a esquecer essa verdade.
Vou conquistando aos poucos metas que almejava, e outras, que não sentia que fossem importantes para mim e isso, enfatiza o tal alinhamento divino ou cósmico, em que tudo o que é para nós, chega quando estamos preparados para vivenciar a experiência ou a emoção.
Quando folheei o passado ontem, fi-lo porque me estava a sentir estagnada. E muitas vezes, validamos o presente e agradecemos quando olhamos para o nosso passado e para tudo o que, entretanto, fomos vivendo.
O bom e o mau.
Sou grata sim, por tudo. Mas sou humana e na dualidade deste mundo, algumas vezes, desejo mais.
A minha principal meta neste plano terreno, talvez seja, viver e aproveitar o que tenho, sem querer controlar o que ainda não é para mim.
Que todas as vezes de desencontro existencial, o meu eu espiritual, consiga chamar-me de volta.
© Alexandra Carvalho
03/07/2022
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