quinta-feira, 26 de abril de 2018


Quando uma das Alexandras entra em conflito com todas as outras que compõem a total Alexandra, a alma pede que vá atrás do seu elemento. O mar. 
Entre o meu Concelho de residência e o vizinho, fui buscar energias boas que me pareciam estar a faltar.
O som das ondas, com o vento que ia batendo no meu rosto, ora suave ora agressivo foram fazendo o seu trabalho, e no fim, a missão estava cumprida. 
A alma sentia-se grata pela natureza que sempre lhe dá as respostas e a tranquilidade necessária.

Alexandra Carvalho


Ouve-se cá dentro a chuva que teima em não parar. 
O som estrépito que não deixa que os pensamentos se organizem.
Há uma voz que fala mais alto do que eu, que me pede calma.
Sossego o eu, a alma que confusa,
tem dúvidas da sua missão.
Sossego e silencio as palavras que por ora não interessam.
Amanhã tentarei ouvi-las novamente.
Amanhã saberei se permito que falem.



© Alexandra Carvalho

19/04/2018
Que terá custado mais,
a constatação ou eu ter-me permitido baixar a minha vibração? 
Já não há nada afinal,
tão pouco, já sei, se algum dia terá existido.
Na dúvida, da (in)existência, perdoei o meu coração e segui.


© Alexandra Carvalho

16/04/2018

E na morte do dia,
Pensamentos vários se afiguram.
A essência das horas perde-se, confunde-se, no tempo. No dia.
Palavras que saem, umas genuínas e outras alimentadas pelo ego.
Emoções reais e outras fantasiadas pela ilusão.
Pessoas verdadeiras e outras que estão ali apenas para nos ensinar,
a escolha entre o bem e o mal.
O dia morre lentamente,
E é certo, a escolha da aprendizagem, é nossa,
apenas nossa.




©Alexandra Carvalho

12/04/2018

Quando houverem dúvidas, olha para ti,
Procura no teu olhar o teu eu, o verdadeiro.
Se não conseguires encontrar, não há mal.
Olha lá para trás, e percebe onde te deixaste ficar, e permanece aí o tempo que for preciso. 
Quando voltares a olhar para ti, já te terás encontrado.

Alexandra Carvalho
11/04/2018


Se olhar para ti, espero que saibas que olho, essencialmente para a tua alma.
Se falar para ti, espero que saibas que falo essencialmente com a tua humanidade.
Se passar tempo contigo, espero que saibas, que faço-o essencialmente para a tua evolução e para a minha também.
Não vejo corpos,
Não vejo egos,
Não vejo estagnação.
E esta é a minha escolha.


Alexandra Carvalho
09/04/2018
Às vezes, parece que não consigo ouvir nada,
É tudo um silêncio absoluto.
Fico inerte e tento escutar,
Nada.
Nada.

Alexandra Carvalho

06/04/2018

domingo, 1 de abril de 2018

Serenidade



A verdade é que os momentos recentes, têm-me ensinado a serenidade. O meu coração foi sempre desgovernado e as experiências passavam por mim e eu não sabia reconhecê-las.
Não tinha maturidade espiritual suficiente para perceber os erros, para aprender com eles, mas acima de tudo, não tinha maturidade para estar bem comigo própria, apesar dos erros.
Afundava imensas vezes numa tristeza interior, visível apenas para mim. Pensava eu que a grande façanha era conseguir não mostrar ao mundo a minha dor, o meu vazio espiritual.
De resto, percebi que não era façanha, era medo. Medo de mostrar o meu verdadeiro eu, medo até de falar comigo própria.
Em cada frase que escrevi ao longo destas duas décadas, tinha quase a plena certeza que naquele momento, no encontro da minha alma com o papel, eu falava comigo. De facto, falava. Mas não me entendia.
Debitava palavras desesperadas de uma Alexandra com muitas dúvidas, dúvidas essencialmente acerca da sua existência, o porquê de alguns acontecimentos, o porquê de algumas emoções.
Sei agora que tudo estava conectado.
Os acontecimentos repetitivos que me mostravam que eu precisava quebrar os padrões na minha vida, precisava fechar ciclos.
Percebi também que custa encerrar ciclos, qualquer ciclo. Porque é quando os quebramos que aprendemos a conviver com o desapego.
Crescemos com aquela sensação predefinida que para estarmos bem temos de possuir coisas e infelizmente, pessoas também.
Não temos, é precisamente o contrário.
Quando compreendemos que nada é nosso e que ainda assim, podemos desfrutar das pessoas, dos sentimentos que elas nos provocam, das experiências que nos enriquecem e ajudam a melhorar aqui na matéria, como seres humanos, há um peso que sai de cima da nossa alma que não tem definição nem medida.
É verdade, nós podemos amar sem posse, sem controlo, sem pressões, sem cobranças, e esse amor é pleno e não acaba.
O desapego, na realidade, ensinou-me a compreender melhor o que era o amor e que eu poderia sim, amar desta forma e ser amada do mesmo jeito.

© Alexandra Carvalho