sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Reflexos/realidade

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography
O espelho está ali,
Bem à nossa frente.
Mas não sei que imagem vejo.
Tentamos mudar o que ali vimos,
O reflexo do que não queremos ser.
A cor do cabelo passa a ser outra.
Disfarçamos a infelicidade com maquilhagem.
Mas é certo,
Se o olhar é baço
E o sorriso triste,
Não há maquilhagem que nos safe.


© Alexandra Carvalho

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

e as memórias tendem a reaparecer.
Misturam-se todas, as do passado e as do presente.
E deixamos de raciocinar.
Tentamos juntá-las, catalogá-las e acima de tudo, entendê-las.
O passado nem sempre parece o certo.
Tal como somos no agora,
o passado parece um erro medonho.
Mas por isso mesmo, é que está lá atrás.
E se parece irreconhecível, estaremos no caminho certo.
As vivências ensinaram-nos tudo o que era suposto.
Ainda assim, a cada luz que se apaga,
a cada noite que nasce, nós continuamos os mesmos.
As memórias entrelaçam-se umas nas outras,
e talvez, não tenhamos aprendido tudo.
Será, porventura, esse o cerne da vida.
Relembrar, e todos os dias reconhecermo-nos.


© Alexandra Carvalho




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography
O frio enregela-me os dedos e tento perder a vontade de escrever. Grande parte das vezes consigo o feito, aconchego-me novamente na cama e deixo a série continuar. Que de resto, é das poucas coisas que me entusiasma nestes tempos.
Tenho acorrentado as palavras, não todas, mas as minhas palavras, os meus tais devaneios.
Hoje deparei-me com algo que me fez ressurgir. A minha ausência foi notada, e isso, de certa forma fez-me despertar para o meu verdadeiro eu. Eu não sou aquela que se aconchega nos lençóis e permite-se não pensar em mais nada.
Nos meus silêncios, a mente fervilha e jamais deixei de extravasar o que senti, a revolta, a dor, a felicidade, as pequenas conquistas, as emoções, principalmente as emoções.
Do nada, senti vontade de me anestesiar, planar sobre os dias. Não sei onde andam as emoções, não as encontro, elas também não me encontram.
Mas as palavras saltitam na minha cabeça, não as escrevo, nem tão pouco as falo. Vão saltitando, e interiormente, dando respostas às minhas perguntas.
Por ora, apenas me apetece agradecer a quem, intencionalmente ou não, me fez voltar.
Obrigada.
 
© Alexandra Carvalho