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E lá estava eu com aquela necessidade de calar as palavras, com a certeza que isso me impediria de olhar a vida, tal como ela é.
Nem sempre é fácil olhar a vida, reavaliar as nossas atitudes passadas e as presentes. Percebemos que o que para nós não teve qualquer importância, para os outros, de alguma forma os magoou.
É bem provável que eu seja um ser atípico. A mesquinhez passa-me ao lado, e na minha ingenuidade, penso que os que me rodeiam não são dotados de tal sentimento perverso.
Há uma certa tendência de dramatizar o que não tem nada, mas mesmo nada para ser dramatizado.
O meu olhar sobre a existência terrena não se prende a coisas pequenas, mas sim, talvez precise de me ajustar.
A verdade é que gosto do meu silêncio, e abomino todo o tipo de imposição. Nada que me seja imposto, será feito com o meu sorriso, com aquele sorriso que tanta gente me caracteriza.
O verdadeiro cerne da questão está na forma como reajo e ajo com todos, se digo que gosto de alguém, é porque gosto, não me verão jamais a dizer que gosto de alguém, se efectivamente não gostar, tanto na amizade como no amor.
Então, sinto-me particularmente decepcionada.
São as pessoas que nós gostamos que nos decepcionam sempre. São essas pessoas que transformam as coisas sem importância em dramas, e que criam sobre nós o que jamais existiu.
Eu sou uma pessoa ausente, não gosto de estar o tempo todo em contacto, mas cá dentro, tenho espaço para toda a família, para todos os amigos.
Não os esqueço apesar do silêncio.
E aí mora o verdadeiro cerne da questão.