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Catarina apenas sonhava. Via-se noutra vida, noutro
contexto.
A dignidade humana, por mais que digam o contrário, está
muitas vezes associada a factores externos, que não estão ao nosso alcance.
Catarina mantinha-se fiel ao que era, ao seu perfil de sempre.
Mas a carteira não era a de antes. Trocos. Uns simples trocos e uma incerteza
abismal acerca do futuro.
Sim, a dignidade não a tinha abandonado mas a descrença
havia abalado todas as suas estruturas mentais e agora caminhava também para as
físicas. O corpo não se dissocia da mente, para o bem e para o mal.
Este era o momento em que pensava nos porquês e nos quando. Quando
o tempo iria abrir uma brecha que lhe trouxesse luz.
Quando Catarina sonhava, não idealizava ostentação ou
luxúria. Quando se via noutro contexto, não era na riqueza nem no poder.
Os sonhos eram simples. Trabalho e independência financeira.
Houve tempos em que trabalhar era algo comum, fácil, não
fazia parte dos sonhos. Quando alguém sonhava, ambicionava ser o melhor da sua profissão,
ser rico, ter uma mansão repleta de empregados. Estes objectivos sim, eram
sonhos. Trabalhar, mal ou bem, toda a gente trabalhava.
Os tempos mudaram.
Estudar já não significa independência financeira. E os
empregos perderam-se de vista, afundaram-se nas ondas agitadas que os nossos
governantes provocaram.
O naufrágio, aos poucos, atingia a todos, Catarina era mais
uma e não uma excepção.
É verdade, a dignidade humana fica em risco quando não
conseguimos satisfazer as necessidades básicas, quando dependemos dos outros
para viver, para sobreviver.
E era assim que Catarina se sentia, a sua dignidade estava
ameaçada e o amanhã não previa coisas boas.
Surge a pergunta: o que realmente estamos cá a fazer?
© Alexandra Carvalho
Alexandramiga
ResponderEliminarQuerida Amiga
Por intermédio de um nossa Amiga comum, Rita Freitas, acabei de te encontrar. Gostei. Já estou aqui e fui um privilégio cá chegar. A blogosfera tem destas coisas 1) boas e também 2)coisas más. O teu Blogue está na alínea 1).
Por isso me inscrevi como teu perseguidor e prometo-te que aqui voltarei e farei comentários. Amor com amor se paga e peço-te que faças o mesmo na nossa Travessa do Ferreira http//:aminhatravessadoferreira.blogspot.com…
Vou fazer 72 anos mas esforço-me por manter a minha cabeça jovem. O meu Curriculum Vitae Podes encontra-lo na minha Travessa. Que assim passará a ser também tua.
Muito Obrigado
Qjs
Alexandramiga
ResponderEliminarQuerida Amiga
Por intermédio de um nossa Amiga comum, Rita Freitas, acabei de te encontrar. Gostei. Já estou aqui e fui um privilégio cá chegar. A blogosfera tem destas coisas 1) boas e também 2)coisas más. O teu Blogue está na alínea 1).
Por isso me inscrevi como teu perseguidor e prometo-te que aqui voltarei e farei comentários. Amor com amor se paga e peço-te que faças o mesmo na nossa Travessa do Ferreira http//:aminhatravessadoferreira.blogspot.com…
Vou fazer 72 anos mas esforço-me por manter a minha cabeça jovem. O meu Curriculum Vitae Podes encontra-lo na minha Travessa. Que assim passará a ser também tua.
Muito Obrigado
Qjs
Pois, existem imensas Catarinas neste país. Mas, acredito que não andamos cá por acaso, por isso vamos esperar que a vida nos mostre o próximo capitulo.
ResponderEliminarGostei imenso.
beijinhos
tantas Catarinas que existem que nem sabemos....
ResponderEliminarfiquei com um nó na garganta depois de ler o teu texto.
mas precisamos de um pingo de esperança.
sempre
boa semana
beijos
~
São tempos difíceis os nossos... São muitas as Catarinas. Muitas mais do que sequer temos ideia.
ResponderEliminarRealmente, a dignidade humana vai se perdendo nesse mar de hipocrisia, corrupção e falta de sensibilidade.
Não resta muito a fazer a não ser lutar. Por mais duro que seja. E esperar que aqueles que têm mais, se lembrem das Catarinas, quando elas mais precisam...
bjos
Alexandra,
ResponderEliminarMuito pertinente a forma como encerra o post.
A propósito, deixo-lhe um poema de Torga de que gosto muito.
De seguro,
Posso apenas dizer que havia um muro
E que foi contra ele que arremeti
A vida inteira.
Não, nunca o contornei.
Nunca tentei
Ultrapassá-lo de qualquer maneira.
A honra era lutar
Sem esperança de vencer.
E lutei ferozmente noite e dia,
Apesar de saber
Que quanto mais lutava mais perdia
E mais funda sentia
A dor de me perder.
Beijo :)
O teu texto, que é excelente, é igualmente inquietante.
ResponderEliminarPorque há cada vez mais Catarinas.
Alexandra, minha querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.