segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eu


Lá estava eu de volta às questões sem resposta.
Olhando ao redor, como se o ambiente me fosse dizer alguma coisa. Não ia dizer nada, verdade que eu sabia tão intimamente.
Perdida mais uma vez?! Se bem que, terei eu estado no trilho em algum momento?!
Perguntas! Só faço perguntas e não respondo a nenhuma delas. Não as procuro, não tenho interesse.
A verdade é que me agrada este estado de alienação, de dúvida, de desassossego.
Afinal, é esse preciso estado de alma que me estimula os sentidos e me faz escrever, e isso, não me apraz perder.
Se terei nascido assim, não sei, talvez sim ou talvez seja apenas um produto de uma sociedade incompleta e pouco satisfatória.
O que não nos satisfaz, deixamos de lado, e quando tal coisa não é possível, contornamos, damos-lhe sabor, intensidade, interesse.
Ou se calhar, nada disso é.
Nasci igual a todas as crianças, e depois, mal ou bem, consegui encontrar-me por dentro, da simples e normal criança.
Encontrei o meu eu… confuso, instável, artístico, insatisfeito, apaixonado, pouco romântico, pouco em muitas coisas, e muito em várias outras coisas.
E então, não serei eu, um ser completo?!

© Alexandra Carvalho

5 comentários:

  1. Definir-nos não é fácil, os meus parabéns por este texto.

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  2. Interessante!!
    Esta procura do EU tão natural das inquietações da alma humana.

    Beijos

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  3. Claro que és completa (ou, então, não existe ninguém completo...).
    Mas é da instabilidade que nasce a mudança e outros grandes feitos. A tranquilidade não é muito produtiva...
    Continuas linda, apesar de aparentemente tranquila...
    Beijo, querida amiga.

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    1. É verdade Nilson, a tranquilidade não é muito produtiva, mas de vez em quando o espírito precisa de um tempo assim, até perceber que não passa de uma aparente tranquilidade. Obrigada pelas tuas palavras, muito me lisongeiam.

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