domingo, 25 de setembro de 2011

Entre metas e desígnios

Não sei que metas escolhi;
Não sei que planos delineei
Para este tempo, para esta vida.
Sei apenas que o coração
Está vazio, está sedento
De um amor que nem sei se existe.
Entre o momento que fecho
Os meus olhos e entrego-me
Ao silêncio e à noite,
E o momento em que os abro
E vejo a clareza de um novo dia,
A solidão permanece,
Intacta, firme…
Gritando pela sua liberdade.
O coração pede para
Ser preenchido por algo melhor,
Ele precisa encontrar a sua plenitude.
Espero pelo momento
Em que os meus planos se cumpram;
Espero pela hora em que tudo
Será mais fácil…
Não sou eu que me resguardo na solidão,
É ela, quem ainda não está pronta
Para ir embora…
Falta aquela plenitude,
Falta a outra parte
Que equilibra a mente e o coração.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma incerteza que confunde

Não sei bem que vida espero ter, nem sei tão pouco se espero alguma coisa.  O ser humano geralmente cresce com ideais, sonhos, metas, objectivos que em algum momento vai atingir, sabe que vai atingir.
Não sonhei muito, mas também não tive sempre os pés bem assentes neste chão de vida tão complexo e nem sempre real.
Dizem que escolhemos viver, decidimos que viríamos novamente para este planeta cumprir algo, melhorar características, limar arestas que ficaram por limar, mas isto tudo é demasiado confuso quando não sabemos o porquê de termos voltado.
Tentamos nos conhecer a cada dia que passa, tentamos entender o porquê das nossas atitudes, o porquê dos nossos medos, tentamos compreender quando alguém nos faz sofrer, tentamos sempre qualquer coisa, passamos a vida a tentar…
E nestes intervalos da vida, em que não pensamos em nada, ainda assim pensamos, pensamos numa razão, por mais simples que seja, de nem sempre a vida ter sido justa connosco, mas afinal, saberemos o que é justiça? Até que ponto, esta incerteza do ser humano não faz parte do contrato feito na altura da decisão?
Deixei de esperar seja lá o que for,  mas continuo a caminhada, sei que algum dia encontrarei a verdadeira razão da minha vida, ou talvez, passarei por todos os anos, por todas as experiências, sem saber o porquê de tudo isso.
Talvez não esteja definido que precisemos saber o porquê, o importante talvez seja, apenas viver.

© Alexandra Carvalho

domingo, 11 de setembro de 2011

Ir ou ficar

Não é fácil tomar decisões importantes, nunca é. Mas decidir deixar para trás a família e a nossa língua é talvez das decisões mais complicadas.
De que serve ficar no país que nascemos e crescemos,  se esse mesmo país não nos pode acolher como queremos e como merecemos?
Mas de que serve ir embora, se deixamos para trás o nosso verdadeiro eu, preso a todas as tradições, a todas as raízes familiares?
Jamais a mudança foi um processo fácil para o ser humano, mas a verdade, é que sempre conseguimos nos adaptar à nova realidade.
Tenho o coração tão apertado, numa ansiedade desmedida, que há muito não experienciava. Acordo todos os dias com a mesma sensação, esta é a altura certa para mudar, para recomeçar a vida noutro sítio qualquer. Mas apesar dessa sensação, não consigo desligar-me das outras sensações, da saudade, do tremendo medo da solidão. Não sei viver só. Nem consigo conceber essa hipótese.
Estou muitas vezes trancada no meu mundo, num espaço que eu própria crio, mas no entanto, sei que quando quiser sair tenho toda a gente à minha volta, lá fora não será assim, terei o mar a barrar-me o acesso àqueles que eu gosto.
Apesar disso, não fomos criados para ficarmos dependentes de ninguém, fomos criados para percorrer o nosso próprio caminho, e é esse caminho que preciso percorrer agora.

© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Recomeçar

Não sei se vou atrás do amor,
Nem tão pouco de uma carreira de sonho,
Vou atrás de mim,
Vou à procura da minha essência
Que se desvaneceu com o tempo.
Não vou atrás de ti,
Mas foste tu quem me despertou,
Soltaste as cordas, tiraste a venda…
Não sei se perdi o medo,
Mas ganhei vontade de recomeçar…

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Não Sou…

Não sou arrogante,

Sou uma pessoa solitária

A quem nem sempre os outros

Conseguem acompanhar…

Não sou preconceituosa,

Tenho apenas os meu conceitos predefinidos,

Não me culpo, cresci assim!

Não sou injusta,

Aprendi a viver num mundo

Repleto de injustiças…

Não sou amiga de toda a gente,

Mas afinal, quem o é?

Não sou perfeita,

Mas mais ninguém é…

Temos todos defeitos,

Uns gostam de nós

E outros não,

Tal como nós gostamos de uns

E de outros não…

Mas não sou pior

Nem melhor por isso,

Sou eu, apenas…

Um ser humano…