Nós não sabemos, nunca sabemos
quando é que a partida se aproxima. Mas sabemos sim, se existe medo se não. Se nos
invade a sensação atroz de não querer ir embora.
Não tenho medo de ir embora.
Não sou daqui.
Lamentarei apenas, caso parta,
sem antes conhecer o verdadeiro amor, o puro, o único.
O amor que era suposto encontrar
nesta vida e não na próxima.
Terei porventura falhado
novamente e deixei-o escapar por entre a minha até então, tumultuada personalidade.
Esta alma que apenas recentemente começou a conhecer a paz.
A conhecer-se, a cada uma das
suas partes.
Enquanto não nos conhecemos,
enquanto não alcançamos a nossa paz interior, o amor vai passando ao nosso
redor, mas não somos capazes de o reconhecer, nem tão pouco de o aceitar.
A alma sem plenitude não é capaz
de viver o que lhe está destinado.
O amor é o estado puro da
plenitude. O amor, nas suas diversas formas. Quando o entendemos, apresenta-se
então a alma gémea. A alma que nos acompanha vida após vida, que nos acompanha
no alcance da sabedoria e da evolução espiritual.
Lamentarei apenas partir sem que
tenha sido capaz de a reconhecer.
Todavia, a evolução continuará.
Sempre continuará.
© Alexandra Carvalho
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