terça-feira, 23 de setembro de 2014

Os espaços encurtam,
E do nada surge a sensação de claustrofobia.
As paredes parecem querer esmagar-me,
Ou pelo menos, tentam escorraçar-me dali.
O aconchego deixa de existir,
E aquele lugar de suposta paz
Não tem nem réstia dela, dissipou-se.
O fim do verão levou bem mais do que o sol.
Levou-me a calma.
Aquela serenidade que me é imprescindível.
Não sei viver no conflito.
Torturam-me as vozes gritantes,
Não quero mais nada, além de silêncio.


© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Indecisões em forma de tormento

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Hoje deixei de encontrar fundamento
Para a minha existência.
E pela primeira vez pensei em partir,
Deixar a minha alma seguir viagem.
Desejei voltar para casa.
Um acto egoísta
De quem não entende o que está cá a fazer.
As vozes dos outros parecem sussurros,
Quase não os ouço, esforço-me para os ouvir.
Até a minha voz parece estar gasta.
Sinto-me cansada.
A pergunta que não se cala:
Mas afinal o que queres fazer?
Não sei. Essa é a resposta que tento não dar.
Um turbilhão de incertezas
Consome-me a cada dia, a cada noite que mal durmo.
E os dias começam sempre da mesma forma.
Será que sós não conseguimos nos encontrar?!
Há um sopro que precisa libertar-se,
Não consegue. Estou a amarrar-me a não sei o quê.
E o estigma parece perseguir-me.
Não faço o que querem que eu faça,
Não sou o que querem que eu seja.
Nem tão pouco sou o que eu queria ser.
Não sou nada, sendo tudo.
Pudesse eu me entender melhor.

© Alexandra Carvalho

16-07-2014