quarta-feira, 31 de julho de 2013

Espírito

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Talvez nem sempre
O meu espírito aqui esteja,
Deixo apenas o meu corpo vaguear.
Não sei por onde ando,
Mas intimamente, sinto que não estou aqui.
Havia antes uma procura incessante,
Deixou de existir.
Era ela que me puxava para o chão.
Deixei de questionar,
Deixei de ser eu.
O meu sorriso anda foragido
E o brilho dos meus olhos está baço.
Tomara eu encontrar novamente o meu espírito.


© Alexandra Carvalho

domingo, 28 de julho de 2013

Química

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A pele voltou a puxar-nos
Um para o outro.
Até na distância já se manifesta.
Eis a novidade.
O coração não apela a tua presença,
Jamais o fez.
Estou certa que uma coisa não precisa da outra.
Ou pelo menos, o desejo
Não precisa de um sentimento por perto.
Já o contrário, talvez seja impossível.
Que sentimento sobreviverá
Sem que o desejo grite, grite sempre?
Nenhum.
E este, é o primeiro que morre.
O desejo evapora, nunca sabemos como,
Quando, desaparece apenas.
E depois disso, a pessoa que nos era tudo,
Passa a ser nada.
Que estranha é a vida.
Possivelmente, nem todas as pessoas
Nos deixaram algo.
A história apagou-se literalmente.
O caminho segue. Sempre.
Mas tu não, não nos deixamos ir embora.
Será efectivamente a pele,
Ou coração estará por detrás?


© Alexandra Carvalho

terça-feira, 2 de julho de 2013

O sorriso fugiu

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography
Não sei onde pára o sorriso,
Mas também não sinto vontade
De o procurar.
Logo o sorriso,
A característica que me define.
Senão sorrio, quem sou então?
Nem sempre é fácil sermos nós,
Apetece ser outra pessoa qualquer.
Mas se não formos nós mesmos,
Teremos nos perdido algures.
E todos nós sabemos,
É difícil trazer quem se perdeu.
Mesmo sem sorriso,
Desejo manter-me aqui.
Em algum lugar, numa circunstância qualquer,
Ele voltará para mim.
Meigo e transparente, como sempre foi.
Estes tempos são mais sombrios,
O país não me permite desejar sorrir,
Mas já permitiu antes, milhares de vezes.
Sim, eu sou uma pessoa sorridente,
Serei sempre.
Mas de momento, o sorriso fugiu.

© Alexandra Carvalho