Sob o olhar da lua penetrante fui
buscar a minha essência. Dias há que se perde do corpo, não sabe o que faz nem
o que quer fazer.
Na penumbra deste mar que tanto
sou devota já havia tentado encontrar-me.
Olhei para as ondas imensas que
se afiguravam à minha frente e pedi abrigo.
Em 2019, no dia 31 de Dezembro de
2019, estava longe de imaginar como seria este ano. Não fiz planos, raramente
os faço. Mas pedi Luz e calma para enfrentar os obstáculos que aquele novo ano
iria trazer e que pelo caminho eu não me perdesse.
Que sempre tentasse fazer o
melhor, ser a minha melhor versão.
E veio este ano. Para todos,
desafiante.
Para mim tem sido uma
aprendizagem e acima de tudo um confronto com todas as fragilidades postas à
luz do meu olhar.
É aqui que percebemos a nossa
evolução, quando os desafios acontecem, quando somos postos à prova.
Quando o confronto é inevitável.
Nós somos isto.
E já sabíamos que éramos assim?
Somos capazes de melhorar?
2020 parece ser o ano dos
acertos, que através das falhas vão pondo tudo no lugar.
Continuo a tentar ser a minha
melhor versão.
Mas sim, dias há que a penumbra
obscurece a luz, mas se existe, ela sempre conseguirá voltar a brilhar.
© Alexandra Carvalho
29-10-2020