Desengane-se quem tem a ideia
extremamente oblíqua de que apenas as mulheres sofrem à mercê de relacionamentos
sugadores de energia. Não passa disso mesmo, de uma ideia totalmente errada.
Olhando transversalmente para a
nossa sociedade, os casos gritantes envolvem sempre mulheres. Mulheres
subjugadas, descrentes da felicidade, descrentes da vida.
Mas também os há no sexo
masculino.
Assim de repente, surge no meu
campo de visão, um homem vítima de um relacionamento dominador e acima de tudo
manipulador.
Fui observando aos poucos, o
comportamento dele e dela, como mera espectadora mas com o olhar atento de uma
profissional da área social.
Se na mulher, muitas vezes, a
submissão prende-se com motivos financeiros, com o medo da solidão, o
desamparo, com o não saber que fazer com o espaço que resta depois de aquela
pessoa sair da sua vida. No homem, é puramente emocional.
As mulheres sabem sempre que
relacionamento estão a viver, mas falta-lhes a força para escrever o ponto
final.
Habituamo-nos a uma imagem quase
sagrada do homem másculo, forte, que pouca coisa lhe afecta, que ama mas não se
subjuga a mulher alguma.
Como essa visão está tão
descabida no nosso mundo real.
Na minha observação informal,
vejo um homem submisso, que já não ama, mas não sabe discernir o que é habituação
de amor. Um homem manipulado, por uma mulher que sabe isso, e usa a seu favor,
mantendo-o preso numa rédea tão curta que o impede de pensar, reflectir sobre a
falta de felicidade na sua vidinha, que não o satisfaz.
As discussões são recorrentes, o
cansaço emocional é característica intrínseca do dia-a-dia, ele já não sabe o
que é acordar em paz. Já não sabe o que é sorrir genuinamente.
Olha em volta, para os sorrisos
que se abrem para ele e por momentos, deseja que um desses sorrisos seja o
dele, ou para ele, apenas para ele.
Mas a noite chega, e por
momentos, no silêncio do seu quarto, vê que não é feliz.
Não importa, amanhã é outro dia. Outro
dia de desgaste emocional, de novos sorrisos que se abrem e à noite,
voltará a pensar sobre a sua infelicidade.
Amanhã será sempre outro dia.
©Alexandra Carvalho