Aquele simples e único
cabelo branco
Trouxe à tona a efemeridade
da vida.
A leveza que é
A nossa passagem na
terra.
Sei que já não sou
aquela,
A que já existiu
antes,
A criança, a
adolescente, a jovem.
Mas aquele sinal
enfatizou isso.
O tempo urge, passa
veloz…
Que conquistei eu até
agora?
Nada… não tenho nada!
Tenho a minha
integridade,
O meu carácter,
Mas não conquistei
nada.
O mundo, tal como
está,
Só beneficia os
corruptos,
E os outros, como eu,
Deambulam na beira da
estrada.
A estrada não é para
nós,
Só nos é permitido a
berma…
Este simples, único e
primeiro cabelo branco,
Fez-me acelerar o desejo
de mudança.
O mundo precisa mudar,
Os objectivos têm de
ser outros,
E em algum momento,
Terá a justiça de
prevalecer.
© Alexandra Carvalho