domingo, 12 de junho de 2016

Dicotomia

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Não me tentes analisar,
Quando eu própria estou em constante análise.
Confundes-me!
Sei, sem que o digas, que ainda não me encontrei.
Mas, sendo tu a dizê-lo, custa mais.
A constatação toma uma forma amplificada,
E mostra um eu, deveras, confuso e ansioso.
Que de resto, talvez, seja para toda a vida assim.
Se atingir o equilíbrio que procuro, a plenitude que acredito ser utópica,
Não sei mais que poderei fazer aqui.
Saberei eu, gerir o tempo sem a insatisfação, que tão habituada estou?
Às perguntas infindáveis, aos sentimentos que, esporadicamente,
Tendo a não acreditar que existem?
Ainda assim, entre a dicotomia do medo de mudança e o equilíbrio,
Agrada-me que existas, agrada-me que continuamente me empurres para mim própria.
E se me ajudares no encontro com o meu verdadeiro eu,
Terás conseguido a proeza, que entretanto, deixei de acreditar que fosse possível.


©Alexandra Carvalho