quinta-feira, 26 de abril de 2012

Medo

https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography

O norte mudou de sítio;
Os meus cinco sentidos
Estão aos saltos…
Não sei mais o que pensar.
Se deixo que me invadas a mente,
Fico tal jovem encantada,
Com medo de te amar…
Assola-me o medo,
Aquele medo estúpido
Que nos faz querer recuar…
E assim se perde,
Sempre se perde…
Fecho os meus olhos
E deixo de ouvir a razão,
Saboreio apenas as palavras,
Aquelas que me assustam
E provocam…
Não sei o que pensar;
Não sei o que sentir.
Mas deixo a vida levar-me
Para onde ela quiser.

© Alexandra Carvalho

terça-feira, 17 de abril de 2012

Livre Arbítrio


https://www.facebook.com/JCarvalhoPhotography
A vida não me impôs mudar,
Arbitrariamente desejei que assim fosse.
Não me amarro a regras,
Nem a palavras insipientes.
Torno-me naquela que preciso ser,
Mantenho a alma,
Altero os comportamentos.
Não me corrompo pelo mundo,
Nasci imune.
Ainda assim, deixo-me corromper
Pelos devaneios sem lógica
Desta minha alma insatisfeita.
Vejo o que quero ver,
E apenas quando assim o decido.
O exterior não me alcança,
Nem eu deixo-me alcançar por ele.
E em todos os momentos,
Não deixo de ser eu…

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 13 de abril de 2012

E afinal...


A mais brilhante das luzes,
A presença ofuscante
De uma essência escondida.
E afinal, para onde foi?
Deixou a escuridão
No lugar da sua luz.
Partiu, como tudo parte um dia.
Hoje somos,
Amanhã não seremos nada.
Uma sombra, uma penumbra
De alguém que outrora existiu.
Um resquício de uma presença
Apenas na memória.
E afinal, partiu porquê?

© Alexandra Carvalho

sexta-feira, 6 de abril de 2012

(In)felicidade


Apetece-me fazer todas as perguntas,
Mas mantenho-me no silêncio,
Com medo de descobrir
As respostas que não me apraz saber.
Nenhuma palavra é eterna,
Nenhuma decisão se mantém intacta,
Depois do tempo passar por nós.
E de repente, quero o que não queria mais,
O resto, pouco interessa.
Até eu, deixo de interessar,
Poluo-me apenas com o desejo
Do que tinha deixado de querer.
O ódio passa,
As desilusões resguardam-se,
Deixam-se camuflar…
Ou não seria eu assim,
Sempre…
Fiel aos meus impulsos,
Honesta com os meus sentimentos.
(In)feliz à procura da felicidade.

© Alexandra Carvalho

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amarras


Não são essas palavras
Que me comovem;
Não é o teu sorriso
Que me faz desejar corresponder.
Se outrora significaste algo,
Agora, nem tão pouco és,
Uma miragem do passado.
São poucos os sorrisos
Que perduram na minha memória;
São poucos os momentos
Que tenho vontade de relembrar.
Já não há espaço,
Guardei apenas quem deveria guardar.
Não os quero substituir,
Mas gostava que o meu coração
Se permitisse expandir…
De resto, mantenho-me presa
Ao passado, aos sonhos,
Que já não cabem nesta vida;
Às gargalhadas que dei;
Aos olhares ousados,
A uma vida que acabou,
E que apenas queria que ainda existisse.

© Alexandra Carvalho