terça-feira, 17 de agosto de 2010

Noite

É um sentimento ofusco,
são sensações que nem sei porque sinto...
Dou voltas e voltas aos meus pensamentos,
às minhas perguntas sem resposta;
às minhas expectativas inalteradas...
Ahhh...apetece-me gritar, fugir de mim mesma e da terra,
de um planeta que não compreendo, que não me compreende!
As coisas acontecem à minha volta,
por vezes sofro, por vezes choro, por vezes sorrio, por vezes não sinto nada...
NADA...
Volto a olhar para mim, a olhar para dentro de mim, e tento puxar-me,
seja lá de onde estiver, em que lugar mais absurdo me encontrar...
E consigo sempre, todas as vezes eu volto, e todas as vezes me perco de novo.
E continuo...
A vida está em cada coisa que aprendo;
em cada frase que me magoa;
em cada palavra que me enriquece e me faz gostar de viver...
NADA??? Não existe o nada, apenas o silêncio...
Ah, como me faz bem ouvir o silêncio, ouvir a minha voz oculta...
Voltei a encontrar-me....
Amanhã voltarei a perder-me...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pedaços de realidade

De vez em quando surgem no nosso caminho pedaços de realidade que nos confrontam ainda mais com a nossa própria vida. Sentimo-nos sós tantas vezes, e algumas vezes, basta olhar para o lado e está um olhar atento, andamos tão cegos e tristes com as escolhas que vamos fazendo ao longo do nosso caminho, que nenhum olhar é-nos visível.
Passo a vida a falar de solidão, ou não seria eu alguém que escreve poesia, a solidão está de tal forma cravada que tornou-se impossível dizer que não me sinto só, que em algum momento não me senti só. E afinal de contas, são tantos os momentos partilhados com tantas pessoas que fazem parte de nós, ou já fizeram... esquecemos isso e ao mínimo sinal de vazio, a solidão ataca ferozmente e tudo o resto fica para trás.
Que forma estranha de viver, onde a felicidade aparece-nos tantas vezes sorridente, e mesmo assim, valorizamos a dor, a tristeza, a solidão, e os sorrisos são apagados, são fechados em qualquer recanto das memórias.
Lá de vez em quando surgem pedaços de realidade...é preciso agarrar o momento!

© Alexandra Carvalho