quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na noite

Durante a noite tudo fica mais difícil,
sinto o meu coração apertado,
sinto vontade de fugir,
para qualquer sítio,
para onde não me conheçam,
para onde nada me faça lembrar do passado.
Já tenho medo das palavras que escrevo,
sinto-me tentada a escrever para ti e não quero.
Já perdi tempo demais
com um sentimento que nem sei se existiu alguma vez.
O ser humano é assim,
cria expectativas onde e em quem não deve criar.
Eu sou um simples ser humano.

Alexandra Carvalho
27-01-2010
Ponta Delgada

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poesia

Naquela solidão que não existe;
Naquela diferença que me separa do mundo
Procuro o meu espaço
E tento me definir…
As palavras tornam-se ridículas
Quando as usamos para definir
A essência do nosso eu…
Escrevo porque o meu coração
Pede, suplica que o faça
E a minha mão obedece…
Não sei se procuro o amor
Ou uma razão que me mostre
O porquê de viver…
Vivo entre dilemas,
Questões que me ultrapassam,
Tento justificar aquilo que não compreendo,
Aquilo que me dói sem razão…
Sou diferente, somos, humanos,
Todos diferentes…?
Sinto-me em mim e ao mesmo tempo não!
Olho para mim e nem sempre sei como sou…
Palavras, sentimentos, ilusões,
Medos, poesia e tudo se resume,
a poesia…

Alexandra Carvalho
09-10-08
Ponta Delgada

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Olá a todos

Senti necessidade de partilhar alguns dos meus desabafos, escrevo há muitos anos, muitos de vós com certeza já leram os meus poemas, os meus escritos íntimos, outros não.

Sendo assim, esta será a forma em que me darei a conhecer um bocadinho mais.


Um beijo,
Alexandra

Um mal menor

Controlo as minhas lágrimas
A cada momento que passa,
Tento esquecer o vazio
Que a tua ausência me provocou…
Queres amizade?! Como?
E onde fica o amor?
Não posso renegá-lo por algo que não quero.
Não acredito nessas tuas justificações
Disfarçadas de verdade,
É algo maior do que isso…
Não foi o medo de me magoar
Que te fez me deixar para trás,
Se assim fosse, não me magoarias desta forma,
Não me arrancarias o coração,
Deixando apenas a solidão e a dor.
A tua falta de amor é que te
Incentivou a isto, a tua pequenez de sentimentos.
A tua imaturidade própria e real
Custou-me a felicidade, numa altura,
Em que apenas tu me fazias feliz;
Apenas tu me proporcionavas paz…
E sei que esta dor durará para sempre,
Sei que jamais aceitarei a perda,
Porque é sempre assim,
Porque até agora não esqueci as desilusões
Do passado, estão sempre comigo.
Sempre fui uma mulher de
Grandes paixões, de grandes amores…
E isso, inevitavelmente, atraiu todos
Os tipos de desilusões, de mágoas, de dor,
De solidão e principalmente, o vazio…
Então, não sei quem é o culpado do meu sofrimento,
Se tu, que o provocaste, ou se eu, que deixei que o fizesses…
Continuo a controlar as lágrimas,
E em cada dia que acordo, não sei bem quem sou,
Esqueço-me de mim, para conseguir viver,
Para conseguir aguentar aquelas horas
Que faltam até à noite…
Só descanso quando durmo, apago-me
Durante a noite e é como se nada
Tivesse acontecido, é como se o teu amor
Ainda existisse, a tua presença ainda fizesse parte
Dos meus dias e das minhas noites.
Não sei ainda se te conseguirei perdoar,
O coração que deixaste em lugar do outro,
Ainda não me deixa saber se o farei;
Ainda não me deixa saber se conseguirei
Dar-te o perdão que precisas…
O tal mal menor tornou-se
No pior dos males… o vazio!

Alexandra Carvalho
24-01-2010
Ponta Delgada